Romance, realismo e constituição em dois romances latino-americanos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2024e62110Abstract
O trabalho estuda a copresença do realismo literário e constitucional na narrativa latino-americana da violência, no caso, Cidade de Deus (1997) do autor brasileiro Paulo Lins e Bicentenaire (2004) do haitiano Lyonel Trouillot. Tanto os textos realistas que aristotelicamente tratam personagens marginalizados num espaço-tempo com marcas locais quanto os textos também ‘realistas’ que rousseauianamente tratam os governados sujeitos às normas cidadãs a serem aceitas e praticadas, permitem uma apreciação que passa do gênero sócio-verbal convencionado (BAKHTIN, 2011) a uma significação quer literária, quer política (RANCIÈRE, 2007). Notando que a categoria de ‘identidade política’ e a experiência de exclusão social unem estes realismos nos estudos literário-culturais (LUDMER, 2007) e nos estudos constitucionais (ALEXANDER, 1998), pretende-se ‘ler’ como ‘ato democrático’ as escritas que ficcionalizam: a ausência do estado brasileiro diante da violência periférica, e a violência repressiva durante manifestações de rua. Ao comparar os realismos e situar os contextos constitucionais, observa-se uma linguagem-mestre ‘iluminista’ e ‘moderna’ cujo exercício (re)produz o imperativo ‘democrático’.
Palavras-chave: Romance; constitucionalismo; violência; resistência; democracia.
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