Mapeamento de suscetibilidade de risco de inundação na Bacia hidrográfica do Rio Zambeze 2 em Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.59508/geoafrica.v2i7.61556Palavras-chave:
Gestão de Riscos de Desastres, Planeamento de Uso de Terras, Vulnerabilidade Sócio-AmbientalResumo
A inundação é um perigo natural devastador que pode causar danos à sistemas biofísicos e socioeconómicos. A falta de planeamento de uso de terras impele a ocupação desordenada acarretando diversos problemas, o que torna a sociedade mais exposta aos eventos climáticos extremos, como é o caso dos ciclones tropicais que tem ocasionado de forma recorrente e intensas inundações em Moçambique, impactando em avultados danos e perdas socioeconómicas e humanas. A susceptibilidade está diretamente relacionada à probabilidade de uma área ser atingida pelas inundações. A pesquisa objectivou analisar espacialmente a susceptibilidade à inundações da Bacia Hidrográfica do Rio Zambeze 2, em Moçambique. Para além do mapeamento efectuado através do ArCMap 10.6, apropriamo-nos da revisão bibliográfica e do método de Análise Hierárquica de Processo (AHP) proposto por Saaty (1980). Os resultados evidenciam que a bacia com 25.348,59 km² é de baixa à média propensão à inundações e cheias. Nesta, as áreas com maior susceptibilidade à riscos de inundações dispõem-se em classe média com 14.893,06 km² (58,75%), alta com 8.702,71 km² (34,33%) e baixa perfazendo 1.752,82 km² (6,9%). O conhecimento de áreas susceptíveis a riscos de inundação constitui base para acções que visem a minimização da sua ocorrência. Para o efeito, o mapeamento se afigura pertinente.
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