Juventudes negras de escolas públicas de periferias de Fortaleza: narrativas e re-existência frente ao racismo
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i34.53010Palabras clave:
juventudes, negritudes, escola, racismo, resistênciaResumen
O objetivo da pesquisa é analisar como estudantes de escolas públicas do território do Grande Bom Jardim (GBJ), em Fortaleza-CE, narram suas experiências relacionadas ao racismo, bem como produzem estratégias de enfrentamento e re-existência frente a tal problemática. Trata-se de uma pesquisa participativa em psicologia inspirada nas teorias críticas feministas e nos estudos críticos à colonialidade. Foi realizada a partir de dois dispositivos, ambos registrados por meio de diários de campo: 1) O acompanhamento do IV Festival das Juventudes: Arte, Cultura e Direitos Humanos; 2) A realização de uma oficina sobre negritudes e literaturas periféricas durante o festival supracitado. O racismo tem produzido efeitos psicossociais nas juventudes periféricas, desse modo, reflete-se de diferentes formas nas trajetórias destes jovens, principalmente no ambiente escolar, e nas formas de re-existência que estão sendo acionadas por eles/as a partir da arte e da criação de alianças entre seus corpos.Citas
ACHINTE, A. A. Prácticas creativas de re-existência: más allá del arte...el mundo de lo sensible. Buenos Aires: Del Signo, 2017.
AKOTIRENE, C. O que é interseccionalidade? Feminismos plurais - Coordenação de Djamila Ribeiro. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
ALMEIDA, S. L. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BARROS, J. P. P. Juventudes desimportantes: a produção psicossocial do “envolvido” como emblema de uma necropolítica no Brasil. In:
COLAÇO; V. et al. (Org.). Juventudes em movimento: experiências, redes e afetos. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2019. p. 209-239.
BARROS, J. P. P. et al. Criminalização, extermínio e encarceramento: expressões necropolíticas no Ceará. Revista Psicologia Política, v. 19, n. 46, p. 475-488, set-dez. 2019.
BARROS, J. P. P. et al. Processos de subjetivação em territorialidades urbanas: deslocamentos decoloniais na pesquisa-inter(in)venção em psicologia. In: LEMOS, F. C. S. et al. (Org.). Produção da diferença, saúde coletiva e formação: dispositivos transdisciplinares nas políticas públicas. 1. ed. Curitiba: Editora CRV, 2021. 12 v. p. 651-666.
BENÍCIO, L. F. S. et al. Necropolítica e Pesquisa-intervenção sobre homicídios de adolescentes e jovens em Fortaleza, CE. Psicol. cienc. prof., v. 38, n. 2, p. 192-207, 2018.
CAVALCANTE, L. F. et al. Fórum de escolas do Grande Bom Jardim: práticas de enfrentamento escolares de periferias de Fortaleza, Revista Desidades, v. 9, n. 30, p. 30-50, 2021.
CAVALLEIRO, E. S. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. 1998. 240 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
CARAPELLO,R. . O racismo camuflado pelo bullying. Revista Educação, v. 15, n. 1, p. 171, 2020. Disponível em: <http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/4018>. Acesso em: 15 jun. 2022.
CARNEIRO, S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
CERQUEIRA, D. et al. Atlas da violência. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2021. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes>. Acesso em: 06 abr 2022.
CÉSAIRE, A. Discurso sobre colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020.
COLLINS, P. H. Epistemologia feminista negra. In:_______. Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo, 2019. p. 401-432.
COMITÊ CEARENSE PELA PREVENÇÃO DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA. Cada vida importa: relatório de julho a dezembro de 2019. 2020. Disponível em: <https://www.al.ce.gov.br/phocadownload/RelatorioCadaVidaImporta_20192.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2022.
COSTA, A. F. et al. Dispositivo de Segurança e Racionalidade Necrobiopolítica: Narrativas de Jovens Negros de Fortaleza. Psicol. cienc. prof., v. 40, p. 1-15, 2020.
DIÓGENES, G. Cidade, arte e criação social: novos diagramas de culturas juvenis da periferia. Estudos avançados, v. 34, p. 373-390, 2020.
GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Ciências Sociais Hoje, v.1, n.1, p. 223-244, 1984.
INSTITUTO SOU DA PAZ. Violência armada e racismo: o papel da arma de fogo na desigualdade racial. FORD FUNDATION, 2021. Disponível em: <https://soudapaz.org/wp-content/uploads/2021/11/Violencia-Armada-e-Racismo.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2022.
KASTRUP, V.; BARROS, R. B. Movimentos-funções do dispositivo na prática da cartografia. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. 1. Ed. 6ª Reimpressão. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 76-91.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
LIMA, F.; GAMBETTA, J. B. “Parem de nos matar”: a bionecropolítica genderizada e a persistência de mulheres indígenas e negras na América Latina. Gênero, v. 20, n. 2, p. 85-109, 2020.
LOURAU, R. Objeto e método da análise institucional. In: ALTOÉ, S. (Org.) René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec, 2004. p. 66-86.
LUGONES, M. Colonialidad y Género. Tabula Rosa, n. 9, p. 73-101, 2008.
MARANHÃO, R. Q. Fanzines na escola: um convite à experimentação. Fortaleza: EdUECE, 2012.
MARINHO, C. H. Juventudes: trajetórias, experiência e reconhecimento em tempos de crise da sociedade do Capital. Revista de Políticas Públicas, v. especial, p. 295-303, 2016.
MBEMBE, A. Políticas da inimizade. Lisboa: Antígona, 2017.
MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
MEDRADO, B.; SPINK, M. J. P.; MÉLLO, R. P. l. Diários como atuantes em nossas pesquisas: narrativas ficcionais implicadas. In: SPINK, M. J. P. et al. (Org.). A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2014. p. 274-294.
MIRANDA, L. L. et al. Como quebrar os padrões sociais? O racismo no cotidiano de jovens pesquisadores. Psicol. cienc. prof., v. 40, n. especial, p. 1-16, 2020.
MIRANDA, L. L., et al. Artes Insurgentes: coletivizando resistências no festival das juventudes do Grande Bom Jardim. In: GOMES FILHO, A. S. et al. (Org.). Debates contemporâneos em psicologia. Iguatu: Quipá Editora, 2021. p. 71-82.
MELO, D. L. B.; CANO, I. Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) 2014. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2017.
MIGNOLO, W. Introdución: ¿Cuáles son los temas de género y (des)colonialidad? In: MIGNOLO, W. et al. (Org.). Género y descolonialidad. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Del Signo, 2014. p. 9-12.
MOMBAÇA, J. Rumo a uma redistribuição desobediente de gênero e anticolonial da violência. São Paulo: Fundação Bienal (32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva) e OIP – Oficina Imaginação Política, 2016.
MOREIRA, A. Racismo recreativo. São Paulo: Pólen Livros, 2019.
NUNES, L. F.; BARROS, J. P. P. Crossings of Urban Violence in the Life Trajectories of Adolescents Deprived of Freedom. Trends in Psychology, p. 1-20, 2022.
OLIVEIRA, D. C.; OLIVEIRA, R. W.; ALMEIDA, L. Pesquisa Participativa Decolonial: Movimentos de Pensamento entre Terra e Marte. Revista Polis e Psique, v. 1, n. 1, p. 107-127, 2019.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: Coleccíon Sur Sur, CLACSO, 2005. p. 107-130.
ROCHA, M. L.; AGUIAR, K. F. Pesquisa-intervenção e a produção de novas análises. Psicol. cienc. prof., n. 4, p. 64-73, 2003.
SALES, K. L. Traços da periferia: política e performance em produções literárias marginais-periféricas contemporâneas. 2019. 186 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
SEGUNDO, D. S. A. et al. Homicídios juvenis e políticas de morte no estado do Ceará. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 73, p. 50-66, 2020.
SILVA, F. R. N.; FREITAS, G. J. Práticas poéticas: juventude, violência e insegurança em Fortaleza. Tensões Mundiais, v. 14, n. 26, p. 129-155, 2018.
SILVA, F. R. N.; FREITAS, G. J. Práticas de re-existências poéticas: a poesia no “busão” em Fortaleza (CE). Interseções, v. 22, n. 1, p. 97-123, 2020.
SILVA, T. R.; DIAS, A. A. O racismo sob a forma de violência silenciosa e as contribuições da pedagogia institucional no seu enfrentamento. Reflexão e Ação, v. 21, n. 1, p. 72-92, 2013.
SOUSA, I. S.; NUNES, L. F.; BARROS, J. P. P. Interseccionalidade, femi-geno-cídio e necropolítica: morte de mulheres nas dinâmicas da violência no Ceará. Psicologia Política, v. 20, n. 48, p. 370-384, 2020.
VAZ, C. F. et al. Reflexões contemporâneas sobre o racismo no ambiente escolar brasileiro. Revista Psicologia e Educação, v. 2, n. 2, p. 1-7, 2019.
Descargas
Archivos adicionales
Publicado
Número
Sección
Licencia
Todo el contenido de la Revista está licenciado sobre la Licencia Creative Commons BY NCND 4.0.