Revisiting Duarte (1995): for a Gradient Analysis of Indeterminate Subjects in Brazilian portuguese

Autores

  • Juliana Marins Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ
  • Humberto Soares da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ
  • Maria Eugenia Lammoglia Duarte Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2017.v19n0a13602

Resumo

Estudos recentes sobre a representação do sujeito pronominal no português brasileiro (PB) mostram a preferência por sujeitos de referência indeterminada foneticamente representados. Um “efeito colateral” das mudanças envolvendo a remarcação do Parâmetro do Sujeito Nulo no PB é o declínio progressivo no uso das estratégias tidas como padrão -- estruturas com o verbo na terceira pessoa do plural com sujeito nulo e sentenças com o clítico pronominal se -- e o surgimento de estratégias alternativas, com a frequência crescente do uso do pronome nominativo expresso, especialmente você e a gente. Nosso objetivo é refnar a análise dos dados de sujeitos indeterminados levantados em Duarte (1995), com base em amostra da fala culta do Rio de Janeiro. Nosso quadro teórico associa a Teoria da Variação e Mudança (WLH, 2006 [1968]) com a Teoria de Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981), que guia nossa análise, desde levantamento de hipóteses até a interpretação dos dados empíricos (DUARTE, 2016). Nossos resultados revelam que as diferentes estratégias não estão em competição: elas se distribuem em três grupos, onde ocorre a competição entre as estratégias que os compõem, de acordo com o conjunto de traços que compartilham, o que está relacionado com o caráter arbitrário ou genérico de cada estraté- gia. Em um extremo dessa escala, encontramos a categoria [+3a pessoa/+plural], que exclui o falante, representada pelo agonizante clítico searb e pelo pronome eles, preferencialmente pleno. No outro extremo, temos a categoria [+3a pessoa/+singular], representada pelo clítico segen, pela estratégia zero (com o verbo na 3a pessoa do singular) e você, que é preferencialmente pleno, podendo incluir ou não o falante e o ouvinte. Finalmente, temos a categoria [+1a pessoa/+plural], que inclui necessariamente o falante, representada por nós e a gente, com considerável vantagem de a gente sobre nós. A variação em cada categoria disposta ao longo da escala não é um fenômeno estável: em cada ponto há um forte competidor para representar cada grau de referência indeterminada, à medida que a mudança avança.

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Publicado

2017-10-30

Edição

Seção

Artigos