Sobre o processo de apagamento do rótico em coda silábica: diversidade regional

Autores

  • Aline de Jesus Farias Oliveira UFRJ
  • Vitor Gabriel Caldas UFRJ
  • Carolina Ribeiro Serra UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n0a23282

Resumo

Neste artigo, focalizamos o apagamento variável do rótico em posição de coda silábica, em duas cidades da região Nordeste do Brasil – Teresina e João Pessoa –, nas variedades culta e popular. Partimos de amostras do corpus do Projeto ALiB, composto por dados de fala espontânea de 16 indivíduos distribuídos por nível de escolaridade, região (João Pessoa e Teresina), faixa etária (de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos) e sexo. Nossa análise se baseia no aparato teórico-metodológico da sociolinguística quantitativa laboviana e tem por objetivo mostrar que, em dialetos do Nordeste brasileiro, o processo de apagamento do R, em coda silábica fi nal, já se encontra quase concluído e atinge, com frequência signifi cativa, a coda silábica medial. Além disso, buscamos
aprofundar as hipóteses relativas à possibilidade de cada variante do R representar um passo na escala ordenada de enfraquecimento e estar relacionada ao tipo de realização do rótico: vibrante ou fricativa, anterior ou posterior. Assumimos que a preservação do segmento se dá preferencialmente nos dialetos em que o segmento mantém o caráter de vibrante ápico-alveolar. Partimos, assim, das hipóteses de (i) o processo ser gradiente e atingir principalmente as cidades do Nordeste, devido à norma de pronúncia do rótico; (ii) os falantes da região Nordeste do país já não inibirem o processo de cancelamento em fronteira interna à palavra, em contraposição
a outras regiões, como Sudeste e Sul e (iii) haver um maior índice de cancelamento do R nos falantes de nível mais baixo de escolaridade, tratando-se de uma mudança de baixo para cima, em termos labovianos.



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Publicado

2018-12-30