Forma locativa + sintagma preposicional locativo: análise da fala culta nas duas variedades do português
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n0a23288Resumo
O artigo trata da ocorrência de locativo à esquerda do sintagma preposicional locativo, em amostras de fala culta da cidade do Rio de Janeiro, nas décadas de 1970 e de 1990, com base nos pressupostos da sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 1972; 1994), para um estudo em tempo real de curta duração (tendência e painel). Fundamentada em generalizações intuitivas, a hipótese sugerida é a de que o uso do locativo está relacionado à presença de elemento morfológico [+defi nido] no sintagma preposicional. A análise variacionista aponta que o uso dos locativos parece estar prioritariamente relacionado a duas variáveis independentes: o tipo de termo locativo contido no sintagma preposicional e o tipo de preposição introdutora do sintagma preposicional locativo. Ao contrário do previsto na análise introspectiva, foram registradas ocorrências de sintagma preposicional locativo introduzido pela preposição a e antecedidas por locativo, além de locativo sem categoria morfológica junto à preposição. O estudo de tendência e de painel revela que a comunidade pode ser considerada instável e o indivíduo estável, admitindo a hipótese de uma mudança geracional. Também são recolhidos dados de falada cidade de Lisboa; todavia, não foi possível executar um estudo de painel devido à incompletude da amostra. As duas variedades da língua portuguesa são confrontadas apenas em termos percentuais. O fenômeno é pouco frequente em língua portuguesa e parece estar restrito à fala.
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