O sujeito nulo de referência indeterminada na fala culta carioca

Autores

  • Sílvia Regina de Oliveira Cavalcante UFF

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2007.v2n0a3851

Resumo

Mudanças ocorridas no sistema pronominal do Português Brasileiro levaram a uma preferência pelo preenchimento do sujeito tanto de referência definida quanto arbitrária, como revelam pesquisas, como as de Duarte (1995, 2000). Há, por outro lado, uma redução no uso de clíticos em geral, inclusive o se de referência indeterminada nas sentenças finitas. Tal redução levou à preferência pelas formas pronominais plenas para todos os sujeitos referenciais, definidos e arbitrários (como você e a gente), mas permitiu, como já apontou Galves (1987), o aparecimento de um sujeito nulo indeterminado em sentenças finitas, construção não atestada no português europeu, ao lado do pronome se. Neste trabalho, apresento uma descrição do uso do sujeito nulo com referência indeterminada / arbitrária em dois estudos da mudança em tempo real de curta duração (Labov,1994), a partir de amostras da fala culta carioca -- NURC/RJ -- a fim de delimitar os contextos favorecedores desse sujeito nulo. Foram verificados tanto fatores lingüísticos -- como tipo de verbo, tempo verbal da sentença, presença de modalizadores --,quanto fatores extralingüísticos -- ano de gravação, idade do informante. Os resultados indicam que ocorre um aumento na preferência pela construção de sujeito nulo arbitrário na fala de informantes mais jovens e na amostra mais recente. Com relação aos fatores lingüísticos, destacam-se as sentenças genéricas ou habituais, com tempo verbal no presente ou imperfeito, e a presença de verbos modais como poder, dever.

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Publicado

2007-12-19

Edição

Seção

Artigos Inéditos