A construção da personagem feminina na literatura brasileira contemporânea (re)escrita por mulheres

Autores

  • Lúcia Osana Zolin UEM

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2011.v9n0a3923

Resumo

Nos últimos anos, tem se tornado recorrente, no campo da literatura, a prática da reescrita de textos literários canônicos a partir de múltiplas perspectivas, como as que se empenham em salientar as diferenças de gênero, de raça e de classe social. No contexto dos estudos sobre literatura de autoria feminina, trata-se de uma tendência, de fato, importante, já que se caracteriza pela produção de um texto novo e autônomo que denuncia a alteridade do/a oprimido/a, no caso, a mulher, e promove o desnudamento de sua identidade. Ana Maria Machado, em A audácia dessa mulher (1999), num interessante diálogo com Dom Casmurro, de Machado de Assis, reescreve a trajetória de Capitu. Do mesmo modo, Nélida Piñon, em Vozes do deserto (2003), reescreve a história de Scherezade, personagem de As mil e uma noites, coleção de contos da literatura árabe, de origem persa e indiana. Se, nos textos originais, essas personagens não têm voz, nas referidas reescritas, elas são construídas imbuídas do direito de falar. É dessa questão que nos ocupamos neste artigo, amparados por teorias críticas feministas.

Biografia do Autor

Lúcia Osana Zolin, UEM

Professora do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá.

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Publicado

2011-07-01

Edição

Seção

Literatura Brasileira