A semântica do passado composto em português
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n2a39309Palavras-chave:
Semântica, Língua Portuguesa, Passado Composto.Resumo
Neste projeto, retomo um tema que foi objeto de uma comunicação apresentada no II Congresso Nacional de Linguística, realizado em 1983 na PUC do Rio de Janeiro. Naquela comunicação, eu centrei minhas atenções em dois problemas que se encontram na tentativa de formular em termos explícitos o papel semântico do Passado Composto, problemas que consistem, mais precisamente, 1) em formalizar seu sentido iterativo (que contrasta com o das demais perífrases “de tempo” construídas mediante o auxiliar ter, mas é normal para aquela forma quando o verbo de sentido pleno indica ação), e 2) em manter, nessa formulação, a possibilidade de relacionar o sentido iterativo com o sentido durativo que, embora menos comum, é possível quando o predicado indica estado.
Na comunicação de 1983, esses dois problemas ou “desafios” vinham formulados com alguma clareza, mas pouco era feito no sentido de sua superação; por outro lado, aquele texto sugeria que tudo mais, na descrição semântica do passado composto português é questão de simples rotina, e isto é certamente falso. A existência de impasses reconhecidos, a possível existência de outros e uma atenção maior à maneira como os vários aspectos da significação do passado composto se articulam justificam a retomada do tema; o propósito, aqui, era o de chegar a uma descrição formal unificada e simples da semântica daquela forma; é possível que este trabalho faça menos do que isso, por exemplo porque as soluções aventadas para os vários problemas parciais não se juntam; é possível também que fique simplesmente ampliado o repertório de impasses.
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