Sobrenomes no feminino e patronímicos em -ez(es): perdas morfológicas em português

Autores

  • Odete Pereira da Silva Menon UFPR

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2013.v0n0a4007

Resumo

Em relação à história interna da língua, podemos: (i) fixar a existência de uma flexão feminina para os sobrenomes; (ii) aventar hipóteses sobre a origem e o desaparecimento desse mecanismo; (iii) constatar a produtividade do sufixo patronímico -ez (-es) até o século XV, pelo menos. No tocante à história social da língua, é possível acompanhar uma parte da trajetória de atribuição dos nomes e sobrenomes das mulheres: (i) inicialmente, um prenome e um ou dois sobrenomes, que elas conservam na vida religiosa (Violante Nunes, Guiomar Velha, Paula Cardosa, Dona Maria de Ataíde); (ii) dois sobrenomes: um religioso e outro profano (séc. XVI), como Dona Brites das Chagas ou de Meneses e Noronha, Sóror Margarida Baptista ou Tavares de Távora; (iii) abandono do sobrenome civil e adoção do religioso (séc. XVII), como D. Luísa da Anunciação; Madalena de Cristo, de São José; Maria das Chagas, do Presépio, da Encarnação, Úrsula das (onze mil) Virgens, Isabel dos Serafins; (iv) dois ou mais prenomes, com ou sem sobrenome civil (séc. XVIII-XIX): Ana Catarina Luísa de Jesus; Antónia Luísa Jacinta de Santa Joana; Ludovina Lúcia da Conceição de Sousa Faria; (v) levantar hipóteses sobre a recusa a mencionar os sobrenomes no feminino: desrespeito à identidade feminina ou considerar que soariam como insulto, hoje?

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Publicado

2013-12-27

Edição

Seção

Artigos Inéditos