Estratégias de relativização na escrita culta padrão
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2014.v16n0a4027Resumo
As orações relativas caracterizam-se como orações subordinadas principiadas por elementos tradicionalmente designados pronomes relativos, os quais desempenham função tríplice: ligam duas orações distintas, estabelecendo uma relação de modificação, substituem um termo que se repete em ambas as orações e exercem função sintática na oração em que se inserem. Os estudos sintáticos mais recentes, no entanto, atestam uma perda da distinção de casos, de forma que também os pronomes tendem a seguir cada vez mais na direção do acusativo, que atuou como base para a formação do léxico português: assim, justifica-se o ele acusativo, originalmente nominativo -- como em Eu encontrei ele; e o lhe acusativo, originalmente dativo -- como em Eu lhe amo tanto. No que respeita aos pronomes relativos, observa-se (i) a generalização do relativo que, que passa a ser compreendido como o relativo universal; (ii) a expansão de uso do relativo onde, que passa a ser utilizado sem estar relacionado a um antecedente de caráter [locativo]; (iii) o quase desaparecimento de cujo; e (iv) o constante apagamento de preposições regidas pelos verbos das orações subordinadas. Pretende-se observar, com base nos pressupostos teóricos da sociolinguística variacionista de orientação laboviana (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968), a distribuição das variantes de relativização, com vistas à caracterização de sua atuação na norma culta escrita, a partir da coleta de dados em jornais e revistas, abarcando notícias, editoriais, artigos de divulgação científica e artigos científicos de áreas distintas.
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