O COMPORTAMENTO CATEGORIAL AMBÍGUO DOS GERÚNDIOS: GERÚNDIOS VERBAIS E NOMINAIS
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40832Palavras-chave:
Formas nominais do verbo, Gerúndio nominal, Gerúndio verbal.Resumo
Tradicionalmente, os gerúndios são tratados como uma forma nominal do verbo porque apresentariam um comportamento “pouco verbal” (cf. FIGUEIREDO SILVA; MEDEIROS, 2016), como a ausência de tempo, o que os aproximaria de uma classe nominal. Diante disso, esse artigo explora a classe dos gerúndios, mostrando que ela não é homogênea, na medida em que apresenta propriedades distintas – apresentamos evidências para um comportamento categorial misto: os gerúndios verbais, que nada têm de “nominal”, e os gerúndios nominais. Para tanto, exploramos propriedades prototípicas de nomes e verbos além de outras evidências independentes que colocam em relevo o comportamento heterogêneo dos gerúndios.
Referências
ALMEIDA, J. O verbo e a estrutura do discurso. Alfa 27, p.23-29, 1983.
BRINTON, L. The Aktionsart of deverbal nouns in English. In: BERTINETTO, P.; et al. (eds.). Temporal reference, aspect and acionality. Tormo: Rosenberg & Sellier. p. 27-42, 1995.
CRISTÓFARO-SILVA, T. Fonologia: por uma análise integrada à morfologia e à sintaxe. Cadernos do Departamento de Letras Vernáculas, Minas Gerais, v. 2, p. 56-65, 1996
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
FIGUEIREDO SILVA, M. C. & MEDEIROS, A. Para conhecer morfologia. São Paulo: Editora Contexto, 2016.
FONG, S. Construindo um domínio não-finito: a sintaxe de orações de gerúndio em português brasileiro. 2015. 224 f. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
FREITAG, R.; CARDOSO, P. & PINHEIRO, B. Saliência na conservação de /d/no segmento /ndo/: efeitos sociais e estilísticos. Gragoatá. Niterói. v. 23. n. 46. p. 654-678. 2018.
LOBATO, L. Os verbos auxiliares em português contemporâneo: critérios de auxiliaridade. In: LOBATO, L. (org.). Análises Linguísticas. Petrópolis: Vozes, 1975. p. 27-91.
LOBO, M. Aspectos da sintaxe das Orações Subordinadas Adverbiais do Português. 2003. Tese (Doutorado) – Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
LOPES, J. Orações gerundivas adjetivas no português do Brasil. 2004. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília, Brasília.
LUNGUINHO, M. V. Dependências morfossintáticas: a relação verbo auxiliar-forma nominal. Revista de Estudos da Linguagem. Belo Horizonte. v. 14. n. 2. p. 457-489. jun./dez. 2006.
LUNGUINHO, M. V. Verbos auxiliares e a sintaxe dos domínios não finitos. 2011. 215 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
MÓIA, T.; VIOTTI, E. Sobre a semântica das orações gerundivas adverbiais. In: XX ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE LINGUÍSTICA, XX., 2004., Lisboa. Actas do XX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, [...]. Braga: Associação Portuguesa de Linguística, 2004. vol. XX, p. 715–729.
MOLLICA, M. C. & MATTOS, P. B. Pela conjugação das abordagens variacionista e difusionista. Revista Estudos Linguísticos, v. 1, n. 1, p. 53-64, 1992.
MOUTELLA, M. O gerúndio oracional em português. 1995. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília, Brasília.
PONTES, E. Estrutura do Verbo no Português Coloquial. Petrópolis: Vozes, 1972.
PONTES, E. Verbos Auxiliares em Português. Petrópolis: Vozes, 1973.
RESENDE, M. Por uma releitura das nominalizacões em infinitivo do português. Caderno de Squibs. Brasília. v. 2. n. 2. p. 26-37. 2016.
SPENCER, A. Morphological theory: an introduction to word structure in generative grammar. Cambridge: Blackwell, 1991.
WACHOWICZ, T. C. As leituras aspectuais da forma do progressivo do português brasileiro. 2003. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Transferência de direitos autorais - Autorização para publicação
Caso o artigo submetido seja aprovado para publicação, já fica acordado que o autor autoriza a UFRJ a reproduzi-lo e publicá-lo na Diadorim: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme definição respectivamente dos incisos VI e I do artigo 5° da Lei 9610/98. O artigo poderá ser acessado pela internet, a título gratuito, para consulta e reprodução de exemplar do artigo para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando a UFRJ responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.
A Revista Diadorim utiliza uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).