O EFEITO DO PARALELISMO LINGUÍSTICO SOBRE A DISPUTA ENTRE O INDICATIVO E O SUBJUNTIVO NA FORMAÇÃO DO IMPERATIVO DE 2ª PESSOA DO SINGULAR NO PORTUGUÊS MINEIRO HISTÓRICO (SÉCULOS XIX E XX)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n1a49050

Palavras-chave:

Modo Imperativo, Sociolinguística Histórica, Paralelismo linguístico, Cartas pessoais.

Resumo

No português brasileiro, o imperativo de 2ª pessoa do singular expressa-se de modo variável por meio de formas do indicativo (deixa/recebe/abre) e do subjuntivo (deixe/receba/abra) (FARACO, 1982; PAREDES SILVA et al., 2000; SCHERRE, 2007; RUMEU, 2016; CARVALHO, 2020). Neste artigo, a partir de cartas mineiras oitocentistas e novecentistas autógrafas, mapeia-se um conjunto de dados de formas imperativas, com o objetivo de explorar o papel do paralelismo linguístico (SCHIFFRIN, 1981; WEINER & LABOV, 1983; SCHERRE, 1988; 1998) sobre a expressão variável. Desse modo, à luz da Sociolinguística Histórica (ROMAINE, 1982; HERNÁNDEZ-CAMPOY & CONDE SILVESTRE, 2012), inspirada, por seu turno, na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972), atesta-se que a variação do imperativo nas missivas pesquisadas é sensível ao paralelismo sintático e ao paralelismo fônico, tendo em vista a seleção desses grupos de fatores como estatisticamente relevantes pelo programa GoldVarbX (SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005). Esses resultados permitem compreender a atuação de condicionamentos linguísticos na dinâmica da variação do imperativo em amostras históricas.

 

In Brazilian Portuguese, the 2ND person singular of the imperative mood is variably expressed through the forms of the indicative (deixa/recebe/abre) and the subjunctive (deixe/receba/abra) (FARACO, 1982; PAREDES SILVA et al., 2000; SCHERRE, 2007; RUMEU, 2016; CARVALHO, 2020). In this paper, on the basis of autographed eighteenth and nineteenth century letters from Minas Gerais, a dataset of imperative forms is mapped with the objective of exploring the role of linguistic parallelism (SCHIFFRIN, 1981; WEINER & LABOV, 1983; SCHERRE, 1988; 1998) on variable status. Thus, in the light of Historical Sociolinguistics (ROMAINE, 1982; HERNÁNDEZ-CAMPOY & CONDE SILVESTRE, 2012), inspired, in turn, by Variationist Sociolinguistics (LABOV, 1972), it is confirmed that the variation of the imperative in the researched missives is sensitive to syntactic and phonic parallelism, considering the selection of these groups of factors as statistically relevant by the GoldVarbX program (SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005). These results allow us to understand the role of linguistic conditioning in the dynamics of imperative variation in historical samples.

Biografia do Autor

Luiz Fernando de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

É doutorando em Linguística Teórica e Descritiva (POSLIN/UFMG, atual) com mestrado na área da Variação e Mudança Linguística (POSLIN/UFMG, 2020). Possui especialização em Gramática da Língua Portuguesa (CEGRAE/UFMG, 2016) e graduação em Letras em Português Licenciatura (FALE/UFMG, 2010). Atualmente é professor da Escola Estadual Olegário Maciel, do Coleguium Rede de Ensino e do Colégio Chromos. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, ministrando aulas de Gramática, Produção de Texto e Literatura. Apresenta produção científica na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística, Linguística Histórica e Linguística Aplicada. (Texto informado pelo autor)


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Publicado

2023-04-14

Edição

Seção

Dossiê de Língua/Language Dossier