Como tecer, em A Dama e o Unicórnio, de Maria Teresa Horta, “o desejo da experiência desmesurada do obscuro e do ausente”?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2024.v26n1a63345

Resumo

A partir das reflexões teóricas e filosóficas de Georges Bataille, O erotismo; Didi-Huberman, O que vemos e o que nos olha; A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg;  Octávio Paz, A dupla chama: amor e erotismo; Édouard Glissant, Poética da Relação, entre outros, aliadas a uma fortuna crítica consagrada sobre a obra A Dama e o Unicórnio, de Maria Teresa Horta, o presente artigo busca estabelecer um diálogo em forma de contraponto com as imagens contidas nas tapeçarias medievais quatrocentistas “La Dame à la Licorne”. O fascínio despertado na autora pelo objeto aurático levam-na, ao “levantar a ponta de um véu e mostrar aos homens um lado ignorado ou antes esquecido do mundo que habitam”, a um trajeto poético aberto ao deslocamento, à multiplicidade, à errância de signos e palavras e à subversão. E, como, de acordo com a moda, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, o processo de apropriação de imagens sobreviventes e luminosas do passado virá a ser ressignificado no presente da escrita erótica e transgressora da contemporaneidade.

Biografia do Autor

Carlos Roberto dos Santos Menezes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui Bacharelado em Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013); Licenciatura em Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014); Especialização em Literaturas Portuguesa e Africanas Contemporâneas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015); Mestrado em Letras Vernáculas na área de Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017), com a Dissertação: Entre a leitura e a escritura: a forma romanesca de Bolor, de Augusto Abelaira ; Doutorando no Programa de Letras Vernáculas na área de Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a Tese: em Literatura Portuguesa (Moderna e Contemporânea) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002), com a tese: A vida eterna depende do amor dos outros ou a (im)possibilidade de dar corpo ao passado nas narrativas de Afonso Cruz. Atuou como Bolsista Júnior no Real Gabinete Português de Leitura em Parceria com a fundação Calouste Gulbenkian no desenvolvimento do projeto de pesquisa: " Diálogos intra-narrativos: a propósito dos romances de Augusto ", em que buscou estabelecer os possíveis diálogos entre as obras ficcionais de Augusto Abelaira. Tem experiência na área de Letras Vernáculas, com ênfase na Literatura Portuguesa dos séculos XX e XXI. Atualmente, dedica-se à pesquisa sobre a Novíssima ficção portuguesa, cuja publicação dos autores inicia-se a partir dos anos 2000 com ênfase nos seguintes eixos temáticos: ironia, cosmopolitismo, memória e História, imagens sobreviventes, trauma, afeto, relações com imagens, escrita de si, fascismo português, testemunhos. Dentre os autores pertencentes ao corpus de pesquisa encontram-se Afonso Cruz, Gonçalo M. Tavares, Patrícia Reis, Patrícia Portela, Ricardo Fonseca Mota, Ana Margarida de Carvalho, Frederico Lourenço, João Reis, Paulo Rodrigues Ferreira, Filipa Melo, Maria Teresa Horta, Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros. Atua como Professor de Língua Portuguesa para EJA e no curso de Formação de Professores no Colégio CECAMP.

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Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

v26n1 - LIT: Pelas linhas do texto e do tecido: diálogos possíveis entre Literatura e Moda