Inglês acadêmico de estudantes brasileiros e a distribuição das possessivas binominais: uma análise diassistêmica

Autores

  • Thiago Moreira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Karen Sampaio Braga Alonso Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7853-0015

Resumo

Como a representação oriunda de línguas em contato é cognitivamente organizada? A Gramática de Construções Diassistêmica (DCxG) prevê que, em uma rede integrativa, podemos (super)generalizar as semelhanças entre sistemas em contato, mapeando ao mesmo tempo os contextos de uso mais adequado das unidades linguísticas (cf. Goldberg, 2019; Höder, 2012; 2014). O presente trabalho se ocupa da  distribuição das construções binominais possessivas [NPpossuído] de [Npossuidor] e [NPpossuidor] `s [Npossuído]. No Inglês como Língua Materna (EL1), a alternância entre essas duas construções é regulada por três critérios gerais: animacidade, tamanho e status informacional (cf. Stephanowitsch, 2020). Na interface entre o Português Brasileiro como Língua Nativa (Br-Pt/L1) e o Inglês como língua adicional (ELA), os falantes de ELA se comportam como os falantes de EL1, dado que o Br-Pt/L1 possui apenas uma construção binominal possessiva - [NPpossuído] de [Npossuidor]? Hipotetizando que haveria uma divergência entre a distribuição destes dois grupos de falantes devido à interferência do Pt-Br/L1,  analisamos o comportamento distribucional dos falantes de ELA, avaliando o seu grau de convergência com o da comunidade nativa. Inicialmente, reunimos a produção acadêmica de alunos de inglês da UFRJ e avaliamos estatisticamente sua (não)convergência com o comportamento dos falantes nativos. Anotamos todas as ocorrências das construções possessivas de acordo com os três critérios apresentados aqui. Em seguida, realizamos uma análise distribucional, com base na relação entre frequências esperadas e observadas (EF e OF), seguida por uma análise probabilística, uma regressão logística binomial, para medir a probabilidade estatística de esses critérios também serem reguladores reais da alternância em ELA. O estudo mostrou que o comportamento distribucional do EAL é empiricamente convergente com as tendências dos falantes nativos, em diferentes graus, para todos os critérios. No entanto, essas convergências  são estatisticamente relevantes apenas para o critério tamanho.

 

Palavras-chave: Gramática Construcional Diassistêmica, construções possessivas binominais, contato linguístico.

Biografia do Autor

Karen Sampaio Braga Alonso, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Professora Adjunta do Departamento de Linguística e Filologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

v26n1 - LING: Funcionalismo norte-americano e Gramática de Construções: diálogos em aberto