“Lei é para quem está de riba”: O coronelismo de O tronco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4322/dilemas.v17.n.2.58780

Palavras-chave:

Pensamento político brasileiro, Bernardo Élis, coronelismo, patriarcalismo, O tronco, história do direito

Resumo

Este artigo investiga especificidades regionais do coronelismo da Primeira República a partir da experiência histórica de Goiás. Parte significativa da historiografia jurídica e política brasileira aderiu à tese de Victor Nunes Leal, para a qual o coronelismo republicano, mais do que expressão do poder privado dos coronéis, significaria a fraqueza deles em um contexto de incremento do aparato estatal. Os coronéis lutariam para se empossarem da máquina pública, passando a distribuir os seus benefícios aos amigos e os seus rigores aos inimigos. Porém, investigando o caso goiano a partir do romance O tronco, de Bernardo Élis, junto com outros documentos da época, a tese de Leal não consegue explicar a hipertrofia do poder privado dos coronéis do norte de Goiás, que ignorava ou subjugava à força o poder estatal, com suas leis, juízes, polícia etc. Conclui-se que o coronelismo teve expressões diferentes no Brasil, o que exige a diferenciação de suas especificidades.

Biografia do Autor

João Paulo Mansur, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Doutor e mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduado em Direito e em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Membro do Studium Iuris (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq]; UFMG), grupo de pesquisa em história da cultura jurídica.

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Publicado

2024-05-06

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Artigos