Privatizações de espaços públicos na cidade do Rio de Janeiro: os casos da Marina da Glória e do Campo de Golfe Olímpico
Resumen
O artigo tem como objetivo apresentar e analisar dinâmicas sociais e políticas em processos de privatizações de espaços públicos, notadamente na cidade do Rio de Janeiro, no período de preparação para os jogos olímpicos de 2014. Os casos da Marina da Glória e do Campo de Golfe Olímpico, mesmo com suas especificidades e temporalidades próprias, serão analisados em conjunto a partir da perspectiva da atuação estatal, da construção de um discurso legitimador e das desregulamentações ambientais e urbanísticas. Entende-se que os casos expressam operações há muito em curso na cidade do Rio de Janeiro. Projetos que podem ser vistos como um capítulo explícito na articulação entre as ações estatais e de grandes empreendedores imobiliários e outros grupos capitalistas, com objetivo de privilegiar negócios realizados na cidade, garantindo a maximização do retorno de excedentes privados, em detrimento de direitos sociais e difusos. Enfatiza-se a discussão a partir da disputa sobre espaços públicos, já que expressam importantes dimensões para disputa desta cidade contemporânea: a produção social destes espaços, como aspecto que não pertence ao Estado ou mercado, bem como a potencialidade da política. O método de pesquisa é lógico-indutivo, utilizando-se do agrupamento das diversas posições teóricas e do arcabouço legislativo.
Citas
Acselrad, H. (2013). Cidade – Espaço público? Revista UFMG, 20(1), 234-247.
Acselrad, H. (2009). Sentidos da sustentabilidade urbana. In H. Acselrad (Ed.), A duração das cidades: Sustentabilidade e risco nas políticas urbanas (2ª ed., pp. 43-70). Rio de Janeiro: Lamparina.
Alfonsin, B., et al. (2015). As manifestações de junho de 2013, o processo de construção dos direitos de cidadania no Brasil e o direito à cidade. Revista de Direito da Cidade, 7(1), 71-90. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/view/15200. Acesso em: 24 maio 2023.
Andrade, L. T. de, & Baptista, L. V. (2015). Espaços públicos: interações, apropriações e conflitos. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 29, 129-146.
Baldez, M. L. (1986). Solo urbano; reformas, propostas a Constituinte. Revista de Direito da Procuradoria Geral, 38, 104-120.
Brasil, IPHAN, et al. (2012). Dossiê Patrimônio Mundial Rio de Janeiro: Paisagens cariocas entre a montanha e o mar.
Brenner, N. (2014). Teses sobre a urbanização. e-metrópolis, 19, 6-26.
Caldeira, T. P. do R. (2012). Inscrição e circulação: Novas visibilidades e configurações do espaço público em São Paulo. Novos Estudos CEBRAP, 94, 31-67.
Carlos, A. F. A. (2013). Espaço público e “nova urbanidade” no contexto do direito à cidade. Confins [Online], 18. Disponível em: http://confins.revues.org/8391. Acesso em: 18 ago 2015.
Carlos, A. F. A. (2014). O poder do corpo no espaço público: o urbano como privação e o direito à cidade. GEOUSP – Espaço e tempo, 18(2), 472-486.
Compans, R. (1997). A emergência de um novo modelo de gestão urbana no Rio de Janeiro: planejamento estratégico e urbanismo de resultados. Anais do Encontro Nacional da ANPUR, Recife, 7, 1721-1734.
Coutinho, R., & Bonizzatto, L. (Coords.). (2007). A mitologia da cidade sustentável no capitalismo. In R. Coutinho & L. Bonizzatto (Coords.), Direito da cidade: novas concepções sobre as relações jurídicas no espaço social urbano (pp. 17-52). Rio de Janeiro: Lumen Juris.
Girão, C. (2011a). Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil: o caso da marina – parte 1. Arquitextos, 12(135.01). Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.135/4014. Acesso em: 24 maio 2023.
Girão, C. (2011b). Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil: o caso da marina – parte 2. Arquitextos, 12(136.01). Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.136/4048. Acesso em: 24 maio 2023.
Hardt, M., & Negri, A. (2011). Commonwealth: El proyecto de uma revolucion del común. Madrid: Akal.
Harvey, D. (2006). A produção do espaço capitalista (2ª ed.). São Paulo: Annablume.
Harvey, D. (2014). Cidades rebeldes: Do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes.
Lefebvre, H. (2001). O direito à cidade. São Paulo: Centauro.
Sánchez, F. (2010). A reinvenção das cidades para um mercado mundial (2ª ed.). Chapecó, SC: Argos.
Sánchez, F. (2007). Cultura e renovação urbana: a cidade-mercadoria no espaço global. In E. F. W. Lima & M. Roseira (Eds.), Espaço e cidade: conceitos e leituras (2ª ed., pp. 25-46). Rio de Janeiro: 7Letras.
Santos Junior, O. A. dos, et al. (Eds.). (2011). A produção capitalista do espaço, os conflitos urbanos e o direito à cidade. In O. A. dos Santos Junior et al. (Eds.), Políticas públicas e direito à cidade: programa interdisciplinar de formação de agentes sociais e conselheiros municipais (pp. 67-74). Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles: IPPUR/UFRJ.
Swyngedouw, E. (2012). A cidade pós-política. e-metrópolis, 8(3), 52-62.
Vainer, C. (2009). Pátria, empresa e mercadoria: a estratégia discursiva do planejamento estratégico urbano. In O. Arantes, E. Maricato, & C. B. Vainer (Eds.), A cidade do pensamento único: Desmanchando consensos (5ª ed., pp. 75-103). Petrópolis: Vozes.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 e-metropolis, Revista de Estudos Urbanos e Regionais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Os artigos e demais materiais publicados pela e-metropolis são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais cientificas e não comerciais. Os direitos autorais, incluindo as imagens do ensaio fotográfico, são todos cedidos à revista. Os artigos e demais materiais cujos autores são identificados representam a expressão do pontos de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista eletrônica de estudos urbanos e regionais e-metropolis.