História, colonialismo, epistemologia: Aimé Césaire, Frantz Fanon e o pensamento decolonial

Autores

  • Thiago David Stadler Universidade Estadual do Paraná (UEPR)
  • Naiara Krachenski Universidade Estadual do Paraná

Palavras-chave:

Colonialismo, Decolonialismo, Violência, Epistemologia, História

Resumo

Neste artigo, buscamos compreender como a experiência colonial contemporânea foi absolutamente necessária para a construção e o desenvolvimento do pensamento e das estruturas político-sociais no Ocidente. Para tanto, recorremos à tríade história – colonialismo – epistemologia para mapear as intrínsecas relações entre o conhecimento e o poder e como tais relações forjaram uma epistemologia que foi utilizada para impor a violência e justificar os abusos cometidos em solo colonial. Partimos, para tanto, da experiência e do pensamento de Aimé Césaire e Frantz Fanon.  Ambos expuseram os problemas derivados da relação entre colonos, colonizados e mundo colonial chegando ao ponto de expor uma realidade apartada dos desenvolvimentos históricos do Ocidente.  Desse modo, não foram poucas as chamadas de ambos os autores para a total reintegração do sujeito colonial. Nessa busca por reintegração descortina-se a epistemologia ocidentalizada dominante e as críticas iniciadas por ambos os autores a um fazer histórico e filosófico mais descolonizado e, portanto, mais próximo à realidade vivida no sul global.

Biografia do Autor

Thiago David Stadler, Universidade Estadual do Paraná (UEPR)

Professor adjunto do colegiado de Filosofia da Universidade Estadual do Paraná. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação Profissional em Filosofia (PROF-FILO). Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS-UFPR).

Naiara Krachenski, Universidade Estadual do Paraná

Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná. Professora Colaboradora do Colegiado de História da Universidade Estadual do Paraná campus União da Vitória

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Publicado

2019-05-24