IMPRENSA HEGEMÔNICA E BLACK BLOCS NA REVOLTA DOS GOVERNADOS DE 2013 NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Anarquismo, Black Block, Mídia Hegemônica, Oligopólio de Mídia, Teoria Decolonial.

Resumo

O presente artigo faz uma análise do papel da mídia hegemônica nas manifestações que aconteceram no Brasil em 2013, sobretudo ao noticiar os manifestantes mais radicais, os black blockers. Procuramos desvendar a possível tentativa de criminalização desses manifestantes e um esforço de manipulação da revolta popular, por parte da mídia hegemônica. No intuito de entender a postura dos black blockers, trazemos preceitos da teoria anarquista. Já para investigar a cobertura e o comportamento da mídia hegemônica, trazemos uma reflexão acerca da oligopolização das mídias de massa e uma análise decolonial dessas mídias. Nosso corpus documental conta com notícias de três jornais impressos de grande circulação no país, O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Após análises de notícias, concluímos que a mídia hegemônica utilizou-se de alguns artifícios para criminalizar manifestantes black blockers, seja com um discurso massivo de condenação que os taxava superficial e rapidamente como vândalos, seja incentivando a criação de leis mais duras para sua punição ou dando voz a outros manifestantes que condenavam a tática Black Block.

Biografia do Autor

Isadora Gonçalves França, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutoranda em História Comparada pelo  Programa de Pós Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC-UFRJ). Mestre em História Comparada (PPGHC-UFRJ). Área: História.

Referências

BAKUNIN, Mikhail. O princípio do Estado e outros ensaios. São Paulo: Hedra, 2008.

CHOMSKY, Noam. Mídia, propaganda política e manipulação. São Paulo: WMF, 2019.

DUPUIS-DÉRI, Francis. Black Blocs. São Paulo: Veneta, 2014.

GELDERLOOS, Peter. Como a não-violência protege o Estado. Porto Alegre:Deriva, 2011.

GRAEBER, David. DirectAction: AnEthnography. Oakland: AK Press, 2009.

GROSFOGUEL, Ramón. Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias descoloniais. Ciência e cultura, v. 59, n. 2, p. 32-35, 2007.

MORAES, Wallace dos Santos de. 2013 Revolta dos Governados ou, para quem esteve presente, Revolta do Vinagre. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2018a.

_________, Wallace dos Santos de. Estadolatria, Plutocracias, Governanças sociais e institucionais: Preâmbulo de um paradigma anarquista de análise. Otal, abr. de 2018b. Disponível em: <https://otal.ifcs.ufrj.br/estadolatria-plutocracias-governancas-sociais-e-institucionais-preambulo-de-um-paradigma-anarquista-de-analise1/>. Acesso em 28 mar. 2023.

_________, Wallace dos Santos de.Crítica à Estadolatria: contribuições da filosofia anarquista à perspectiva antirracista e decolonial. Revista Teoliterária,v. 10, nº 21, p. 54-78, 2020.

SANTOS, Boaventura de Souza. La GlobalizacióndelDerecho: losnuevoscaminos de laregulación y laemancipación. Bogotá: ILSA, Universidad Nacional de Colombia, 1998.

SANTOS, Boaventura de Souza.; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do sul. Cortez Editora, 2014.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: MAUAD, 1999.

LIMA, Venício A. de. “Sete teses sobre mídia e política no Brasil”. Revista USP, São Paulo, n. 6, p. 48-57, 2004.

Publicado

2024-03-06