UMA PERSPECTIVA ANARQUISTA SOBRE O SUICÍDIO, A PRODUÇÃO DA MORTE E A PRESERVAÇÃO DA VIDA

Authors

  • Bruno Latini Pfeil Universidade Santa Úrsula (USU/RJ)
  • Cello Latini Pfeil Universidade Federal do Rio de Janeiro

Keywords:

suicídio, anarquismo, soberania, morte

Abstract

Apresentando uma revisão da forma como a Igreja, o Estado e as instituições médicas concebiam o fenômeno do suicídio na Europa dos séculos XV ao XX, o presente artigo ambiciona demonstrar as contradições existentes entre a exploração da vida pelo Estado e a preservação da vida por meio da penalização do suicídio, que, por sua vez, mascara seu caráter de manutenção da produtividade. Se o soberano, por um lado, detém o poder de matar seus súditos e a si, os súditos, por outro, não detém poder sobre seus corpos, devendo não só produzir riqueza para o soberano, como também permanecer vivos, porém na iminência da morte. Pretendemos comprovar que esses processos, embora tenham mudado de forma e justificação, seguiram princípios semelhantes, guiados por motivações econômicas e políticas.

Author Biographies

Bruno Latini Pfeil, Universidade Santa Úrsula (USU/RJ)

Graduando em Psicologia na Universidade Santa Úrsula. Coordenador da Revista Estudos Transviades.

Cello Latini Pfeil, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ (PPGF/UFRJ). Pesquisador do CPDEL/UFRJ. Coordenador da Revista Estudos Transviades.

References

BAKUNIN, Mikhail. Conceito de Liberdade. Porto: Edições RÉS limitada, 1975.

BAKUNIN, Mikhail. Deus e o Estado. Portal Domínio Público: Biblioteca digital desenvolvida em software livre, 2001. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000020.pdf>. Acesso em: 20 de fevereiro de 2021.

CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2019.

DE MORAES, Wallace. Crítica à Estadolatria: contribuições da filosofia anarquista à perspectiva antirracista e decolonial. Revista Teoliterária, v. 10, n. 21, 2020.

DE MORAES, Wallace. Governados por quem? Diferentes plutocracias nas histórias políticas de Brasil e Venezuela. Rio de Janeiro: Ape’Ku. 2ª ed. Coleção. Volume Especial (Volume 1, Volume 2 e Novos Textos), 2019.

DE MORAES, Wallace. Reflexões sobre o significado de fascismo: Pra quem sabe ler, um pingo é letra. Le Monde Diplomatique Brasil, 2018. Disponível em: https://diplomatique.org.br/pra-quem-sabe-ler-um-pingo-e-letra/. Acesso em: 01 de janeiro de 2020.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 24ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. Direito de morte e poder sobre a vida. In: FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber, 1988.

FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Editora Perspectivas, 1978.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Revista Sociedade e Estado, v. 31,n. 1, jan/abr 2016.

KROPOTKIN, Piotr Alekeseevich. Palavras de um revoltado. São Paulo: Imaginário: Ícone Ed., 2005.

MINOIS, Georges. History of Suicide: Voluntary Death in Western Culture. Baltimore: The John Hopkins University Press, 1999.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Revista Artes & Ensaios, n. 32, 2016.

MALATESTA, Errico. Anarquismo e Anarquia. Tradução de Felipe Corrêa. Faísca Publicações Libertárias, 2009. Disponível em: <http://www.geipafloripa.libertar.org/wp-content/uploads/2009/10/malatesta_anarquismo.pdf>. Acesso em: 20 de fevereiro de 2020.

Published

2021-06-20

Issue

Section

Artigos