A REDE DOS ANARQUISTAS ITALIANOS EM SÃO PAULO NO INÍCIO DO SÉCULO XX

Autori

  • Carlo Maurizio Romani
  • Bruno Correia de Sá e Benevides

Parole chiave:

Anarquismo, imigração italiana, transnacional, biografias, São Paulo

Abstract

O fluxo migratório de anarquistas italianos, tendo como destino o cone Sul-Americano, fez parte das redes transnacionais construídas pelos militantes, especialmente entre o final do dezenove e início do século XX. O encontro de muitos anarquistas italianos em São Paulo permitiu a criação de vários grupos de afinidades para o aperfeiçoamento da propaganda. Através das análises biográficas dos principais anarquistas que escreveram no periódico La Battaglia (Oreste Ristori, Alessandro Cerchiai, Angelo Bandoni, Tobia Boni e Gigi Damiani), pretendemos demonstrar que tais relações de afinidades foram mediadas a partir das identidades sociais desses ativistas. Nos últimos anos, os anarquistas italianos em São Paulo têm sido classificados como sendo individualistas por uma nova historiografia que não é capaz de investigar as peculiaridades deste grupo. Portanto, esta proposta compartilha a ideia de que o anarquismo transatlântico, em razão de sua complexidade, apenas pode ser compreendido por análises específicas.

Biografie autore

Carlo Maurizio Romani

 

 

- Professor Associado do Departamento de História da Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO, desde 2010. Professor visitante de

História Geral na Universidade Federal do Ceará de 2007 a 2009. Pesquisador recém-

doutor do Centro Brasileiro de Planejamento, Cebrap, São Paulo de 2004 a 2006.

Doutor em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (2003); Estágio

pós-doutoral (2006) na Universidade Paul Cezanne, Aix-Marseille III, Aix-en-Provence,

França.

Bruno Correia de Sá e Benevides

 

Formação: Doutorando de História na Fundação Oswaldo Cruz, FIOCRUZ; Mestre em

História na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO (2018).

Graduado em História pela mesma instituição (UNIRIO, 2015). Experiência

Profissional: Professor na rede privada do Ensino Básico.

Riferimenti bibliografici

ACRI, Martín Alberto; CÁCEREZ, María del Carmen Cácerez (2011), La educación libertaria en la Argentina y en México (1861-1945). Buenos Aires: Libros de Anarres.

ADDOR, Carlos (1986), A insurreição anarquista no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Dois pontos.

ANTONIOLI, Maurizio et al. (2004), Dizionario biografico degli anarchici italiani tomo 2. Pisa: BFS ed.

______; MASINI, Pier Carlo (1999), Il sol dell'avvenire. L'anarchismo in Italia dalle origini alla prima guerra mondiale (1871-1918). Pisa: BFS ed.

BATALHA, Claudio H. M. (2004), Cultura associativa no Rio de Janeiro da Primeira República, in BATALHA, Claudio H. M.; SILVA, Fernando Teixeira da Silva e FORTES, Alexandre Fortes (eds.); Culturas de Classe. Campinas: Ed. Unicamp.

BAYER, Osvaldo (2003), La influencia de la inmigración italiana en el movimiento anarquista argentino, In: Los anarquistas expropiadores y otros ensayos. Buenos Aires: Editorial Planeta.

BENEVIDES, Bruno Corrêa de Sá e (2018ª), A educação libertária como “nova tendência revolucionária”: as experiências pedagógicas de Angelo Bandoni, Revista Latino-Americana de História, vol. 7, n. 19, jan./jul.

______ (2018b), O Anarquismo sem adjetivos: a trajetória libertária de Angelo Bandoni entre propaganda e educação, Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

BIONDI, Luigi (1994), La stampa anarchica in Brasile, tesi di laurea, Università La Sapienza, Rome.

______ (1998), Anarquistas italianos em São Paulo. O grupo do jornal anarquista La Battaglia e a sua visão da sociedade brasileira: o embate entre imaginários libertários e etnocêntricos, Cadernos AEL, Campinas, n. 8/9, p. 117-49. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ael/article/viewFile/2472/1882.

______ (2012), Mãos unidas, corações divididos. As sociedades italianas de socorro mútuo em São Paulo na Primeira República: sua formação, suas lutas, suas festas, Tempo, Niterói, n 33, p. 75-104, doi http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042012000200004.

CASTRO, Manoel de (1959), Oficio de vivir. Montevideo: Banda Oriental.

CORRÊA, Felipe (2011), Anarquismo e Sindicalismo Revolucionário: uma resenha crítica do livro de Edilene Toledo, a partir das visões de Michael Schmidt, Lucien van der Walt e Alexandre Samis In CORRÊA, Felipe (ed.); Ideologia e Estratégia: anarquismo, movimentos sociais e poder popular. São Paulo: Faísca.

GALEANO Diego, ALBORNOZ Martin, “Anarquistas y policías en el atlántico sudamericano: una red transnacional, 1890-1910”, Boletín del Ravignani”, Buenos Aires, no. 47 (2017):101-34. http://ppct.caicyt.gov.ar/index.php/ravignani/article/download/11080/9900

FAUSTO, Boris (1976), Trabalho urbano e conflito social: 1890-1920. São Paulo: Difel.

FELICI, Isabelle (1994), Gli anarchici italiani di San Paolo e il problema dell'organizzazione operaia (1898-1917), In eds. BLENGINO, Vanni; FRANZINA, Emilio e PEPE, Adolfo (eds.); La Riscoperta delle Americhe. Milan: Teti ed.

______ (1994), Les Italiens dans le mouvement anarchiste au Brésil 1890-1920 Tese (Doutorado), Université de la Sorbonne Nouvelle, Paris.

______ (2001), La Cecilia. Histoire d’une communauté anarchiste et de son fondateur Giovanni Rossi. Lyon: Atelier de création libertaire.

GIORDANO, Adriano Paolo (1999), L'editore errante dell'anarchia. Appunti per una biografia di Fortunato Serantoni, Rivista Storica dell'Anarchismo, Pisa, 6 n.2, p. 41-70.

GIULIETTI, Fabrizio (2012), Storia degli anarchici italiani in etá giolittiana. Milano: Franco Angeli.

HALL, Michael M. (1975), Immigration and the early São Paulo Working-class, Jahrbuch für Geschichte Lateinamerikas, n, 12, p. 393-407.

HART, John M. (1987), Anarchism & the Mexican Working Class, 1860-1931. Austin: University of Texas Press.

HATTON, Timothy J.; WILLIAMSON, Jeffrey G. (1998), The Age of Mass Migration: Causes and Economic Impact. Oxford: Oxford University Press.

LEVY, Carl (1989), Italian anarchism, 1870-1926, In GOODWAY, David (ed.); For Anarchism. History, Theory and Practice. London, Routledge.

______ (1999), Gramsci and the Anarchists. New York: Berg.

LOPREATO, Christina (2000), O espírito da revolta: a greve geral anarquista de 1917. São Paulo: Annablume.

MACLACHLAN, Colin (1991), Anarchism and the Mexican Revolution: The Political Trials of Ricardo Flores Magon in the United States. Oakland, CA: University of California Press.

MAGNANI, Silvia Lang (1982), O movimento anarquista em São Paulo (1906-1917). São Paulo: Brasiliense.

MALATESTA, Errico (2017), Complete works of Malatesta In TURCATO, Davide (ed.); A Long and Patient Work: The Anarchist Socialism of L'Agitazione, 1897–98. Chico CA: AK Press.

MARABINI, Tomaso; SACCHETTI, Giorgio e ZANI, Roberto (2008), Attilio Sassi, detto bestione. Autobiografia di un sindacalista libertário. Milano: Zero in Condotta.

MARAM, Sheldon Leslie (1979), Anarquistas, imigrantes e o movimento operário brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

MARINI, Gualtiero (2017), Revolução, anarquia e comunismo: às origens do socialismo internacionalista italiano (1871-1876). Tese (Pós-doutorado) PhD thesis, Universidade de Campinas, São Paulo.

MASINI, Pier Carlo (1974), Storia degli anarchici italiani: da Bakunin a Malatesta (1862-1892). Milan: Rizzoli.

______ (2010), Anarchia, in Le parole del Novecento. Pisa: BFS ed.

______ (2014), Cafiero. Pisa: BFS ed.

MENEZES, Lená M. de (1996), Os Indesejáveis – desclassificados da modernidade. Protesto crime e expulsão na capital federal (1890-1930). Rio de Janeiro: EdUERJ.

OVED, Iacoov (1997), The Uniqueness of Anarchism in Argentina, E.I.A.L. v. 8 n. 1. Disponível em: http://www7.tau.ac.il/ojs/index.php/eial/article/view/1126/1156.

PERNICONE, Nunzio (1993), Italian Anarchism, 1864-1892. Princeton, New Jersey: Princeton University Press.

RICHARDS, Vernon (2015), Life and ideas: The Anarchist writings of Errico Malatesta, trans. Oakland CA: PM Press.

ROMANI, Carlo (2011), Antecipando a era Vargas: a Revolução Paulista de 1924 e as práticas de controle político e social, Topoi, Rio de Janeiro, 12, n. 23, p. 161-178, doi: /10.1590/2237-101X012023009.

______ (2014), Le scuole libertarie in Brasile e Argentina nel primo Novecento: l'influenza degli emigrati italiani e iberici, Officina della Storia, n. 14. Disponível em: http://www.officinadellastoria.info/magazine/index.php?option=com_content&view=article&id=398:le-scuole-libertarie-in-brasile-e-argentina-nel-primo-novecento-linfluenza-degli-emigrati-italiani-e-iberici&catid=28&Itemid=63.

______ (2015), Oreste Ristori. Vita avventurosa di un anarchico tra Toscana e Sudamerica. Pisa: BFS ed.

SAMIS, Alexandre (2002), Clevelândia: anarquismo, sindicalismo e repressão política no Brasil. São Paulo: Imaginário.

______ (2004), Pavilhão negro sobre pátria oliva: sindicalismo e anarquismo no Brasil, In COLOMBO, Eduardo, et al. (eds.); História do movimento operário revolucionário. São Paulo: Imaginário.

SCHMIDT, Michael; VAN DER WALT, Lucien (2009), Black Flame: The Revolutionary Class Politics of Anarchism and Syndicalism. Chico: CA AK Press.

SURIANO, Juan (2001), Anarquistas: Cultura y politica libertaria en Buenos Aires (1890-1910). Buenos Aires: Ediciones Manantial.

THOMPSON, Edward P. (1987), A Formação da classe operária inglesa. 3 volumes. São Paulo: Paz e Terra, 1987.

_________ (1980), Miséria da Teoria: ou um planetário de erros. São Paulo: Brasileinse.

TILLY, Louise (1972), I fatti di maggio: the working class of Milan and the rebellion of 1898, In BEZUCHA, Robert J. (ed.), Modern European Social History. Lexington, Mass.: D.C. Heath.

TOLEDO, Edilene (2004), Travessias revolucionárias. Ideias e militantes sindicalistas em São Paulo e na Itália 1890-1945. Campinas: Ed. Unicamp.

______; BIONDI, Luigi (2010), Constructing Syndicalism and Anarchism Globally: The Transnational Making of the Syndicalist Movement in São Paulo, In HIRSC, Steven; VAN DER WALT, Lucien (eds.); Anarchism and Syndicalism in the Colonial and Postcolonial World, 1870-1940: The Praxis of National Liberation, Internationalism, and Social Revolution. Leiden, Netherlands: Brill, 2010.

TRENTO, Angelo (1984), La dove é la raccolta del caffé: L'emigrazione italiana in Brasile, 1875-1940. Padova: Antenore.

______ (2001), Wherever We Work, that Land Is Ours: The Italian Anarchist Press and Working-Class solidarity in São Paulo In: GABACCIA, Donna R.; OTTANELLI, Fraser M. (eds.); Italian Workers of the World: Labor Migration and the Formation of Multiethnic States. Chicago: University of Illinois Press.

TURCATO, Davide (2007), Italian Anarchism as a transnational movement 1885-1915, IRSH n. 52, p. 407–44.

CANALES URRIOLA, Jorge (2016), Le valigie dell'anarchia: Percorsi e ativismo degli anarchici emiliani e romagnoli in Argentina e Brasile nella avolta di fine Ottocento, Tese (doctorate), Università di Bologna, Bologna.

ZARAGOZA RIVERA, Gonzalo (1996), Anarquismo argentino (1876-1902). Madrid: Ed. de la Torre.

ZUBILLAGA, Carlos (1996), Pan y trabajo. Montevideo: Libreria de la Facultad de Humanidades.

Pubblicato

2019-11-17