Carnavalização em História de Garabombo, O Invisível, de Manuel Scorza

Auteurs

  • Lina Arao

Résumé

O peruano Manuel Scorza procurou, em seus livros, dar voz ao seu referente -- índios -- que, tanto na realidade concreta quanto no âmbito da literatura, como objeto “narrável”, era, freqüentemente, silenciado ou reificado. Para tentar atingir esse objetivo, Scorza utilizou, entre diversos recursos literários, o da carnavalização, presente, sobretudo, na segunda obra do ciclo, História de Garabombo, o invisível, que estudaremos neste trabalho. A partir da teoria da carnavalização de Mikhail Bakhtin, poderemos encontrar e compreender o uso de estratégias carnavalizadoras em um romance peruano do século XX: a necessidade de expor a miríade de vozes contrastantes e de denunciar os problemas enfrentados por uma população cotidianamente acuada pela miséria justificam a utilização da carnavalização.

Références

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1987.

------. Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 2a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

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CHIAMPI, Irlemar. O realismo maravilhoso. São Paulo: Perspectiva, 1980.

PINHEIRO, Suely Reis. Garabombo: um pícaro politizado. Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras, 1986, 107p. Mimeo. Dissertação de Mestrado em Língua Espanhola e Literaturas Hispânicas.

SCORZA, Manuel. História de Garabombo, o invisível. Trad. Glória Rodríguez. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.

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