Carnavalização em História de Garabombo, O Invisível, de Manuel Scorza
Resumo
O peruano Manuel Scorza procurou, em seus livros, dar voz ao seu referente -- índios -- que, tanto na realidade concreta quanto no âmbito da literatura, como objeto “narrável”, era, freqüentemente, silenciado ou reificado. Para tentar atingir esse objetivo, Scorza utilizou, entre diversos recursos literários, o da carnavalização, presente, sobretudo, na segunda obra do ciclo, História de Garabombo, o invisível, que estudaremos neste trabalho. A partir da teoria da carnavalização de Mikhail Bakhtin, poderemos encontrar e compreender o uso de estratégias carnavalizadoras em um romance peruano do século XX: a necessidade de expor a miríade de vozes contrastantes e de denunciar os problemas enfrentados por uma população cotidianamente acuada pela miséria justificam a utilização da carnavalização.
Referências
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1987.
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