Observações sobre poesia e magia
Abstract
Nos regimes de similitude, em que palavras e coisas aparecem como “interdependentes”, pode-se identificar uma relação explícita entre poesia e magia. O fundamento dessa relação, no mundo ocidental, deu-se pela harmonia entre microcosmo e macrocosmo. Mas o declínio da similitude desloca a noção de “harmonia” (do cosmos) para a de “desproporção” (do Eu), como aparece na filosofia idealista de J. Fichte – resultando no problema da “magia da linguagem” de Novalis. Isto é, magia da linguagem como nostalgia do poeta mago. O artigo procura demonstrar a vinculação dessa problemática ao conceito benjaminiano de “aura”, pois a sua consequência é a possibilidade de um secreto retorno da “magia” ao mundo da vida moderna.
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