P&B – Uma carta de socorro à memória hodierna

Marcos Sampaio

Resumo


O conto é uma ficção na óptica de quem vos escreve, mas é em verdade uma realidade travestida de fantasia. O personagem de Jorge é um negro, pobre, periférico, ninguém perante a sociedade amnésica e que é culpado mesmo sem pretender ser, é vítima sempre que os outros precisam que ele seja, ele é o sangue vermelho numa carne negra que circula cotidianamente como tantas outras, estando em evidência apenas quando torna-se estatística – as más estatísticas.

A história real é cruel, mas é memória presente tanto minha quanto sua, sendo negro, branco, amarelo ou azul, uns no polo ativo e outros no polo passivo do tormento. Por fim, o conto de Jorge é um grito de socorro a todos, ecoando pelos quatro cantos do globo terrestre, do negro que fala português, inglês, espanhol ou até árabe e, acorda todo santo dia urgindo por justiça. É uma carta aberta aos Joãos, aos Floyds, aos Ahmauds e às Marielles que falecem por ser quem são, é também, um aperto de mão escrito aos que conseguiram transcender as barreiras da cor e fazem-se presentes, as Beyoncés e Arethas, as Michelles e Baracks, as Angelas Davis e os Achille Mbembes por aí.


Palavras-chave


Literatura; Conto; Ficção; Realidade; Negro; Morte

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