P&B – Uma carta de socorro à memória hodierna

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Mots-clés :

Literatura, Conto, Ficção, Realidade, Negro, Morte

Résumé

O conto é uma ficção na óptica de quem vos escreve, mas é em verdade uma realidade travestida de fantasia. O personagem de Jorge é um negro, pobre, periférico, ninguém perante a sociedade amnésica e que é culpado mesmo sem pretender ser, é vítima sempre que os outros precisam que ele seja, ele é o sangue vermelho numa carne negra que circula cotidianamente como tantas outras, estando em evidência apenas quando torna-se estatística – as más estatísticas.

A história real é cruel, mas é memória presente tanto minha quanto sua, sendo negro, branco, amarelo ou azul, uns no polo ativo e outros no polo passivo do tormento. Por fim, o conto de Jorge é um grito de socorro a todos, ecoando pelos quatro cantos do globo terrestre, do negro que fala português, inglês, espanhol ou até árabe e, acorda todo santo dia urgindo por justiça. É uma carta aberta aos Joãos, aos Floyds, aos Ahmauds e às Marielles que falecem por ser quem são, é também, um aperto de mão escrito aos que conseguiram transcender as barreiras da cor e fazem-se presentes, as Beyoncés e Arethas, as Michelles e Baracks, as Angelas Davis e os Achille Mbembes por aí.

Biographie de l'auteur

Marcos Sampaio

Marcos Sampaio é um soteropolitano curioso pelo desconhecido e insatisfeito pela limitação do que se conhece, para ele o desejo pelo questionamento é a grande virtude do homem que anseia pelo crescimento intelectual e, não aceitar sempre o que muitos consideram como normal têm sido seu propósito de vida. Marcos nasceu e foi criado até os 21 anos em um bairro periférico de Salvador-Ba, conheceu a realidade dura, embora não a tenha vivido.

Hodiernamente ele tem 22 anos, engana-se quem acha que o recém adulto com alma de criança já sabe o que quer da vida, pelo contrário, ele quer sim descobri-la e aproveitar tudo o que ela reserva para si, mas sem deixar a sua essência pelo caminho, afinal ele é tudo que ela traduz. Marcos toda vida têm sido o amigo de todos, é o ponto de interseção e equilíbrio das inúmeras amizades que cultiva, embora seja aquele que prefere o aconchego de sua casa ao agito da rua, o que opta pela selva natural à selva de pedra, aquele que é brisa em meio ao furacão ou um rio encontrando o oceano, doce e salgado ao mesmo tempo, quem liga? Assim ele vive e se satisfaz.

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Publiée

2021-04-14