O que (não) pode um corpo-fulgor performático em (in)significâncias poéticas?

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Mots-clés :

Carta poética, Letra, Corpo-fulgor Performático, Identidade Sexual.

Résumé

Ainda não se sabe até que ponto a letra pode salvar uma alma. Não se sabe onde o legente ou o escrevente tramam suas histórias ou são tramadas por ela. Esta carta poética amalgama-se nos trilhos do ensaio literário, pois não se sabe onde começa a teoria ou mesmo onde ficcionaliza-se a experiência. Nesta epístola não são esperadas respostas, correm-se as confusões criadas no íntimo de uma alma inquieta, que performa visceralmente. Esta carta ensaiada nos veios poéticos é endereçada a uma pacata cidade, pois foi no apagamento ou mesmo na negligência deste corpo performático, em meio a tantos outros, que foram trilhados caminhos outros no escuro, no fulgor da própria luz. Assim, busco pensar minhas experimentações com a leitura e a escrita, ritmadas pela minha sexualidade, e como isso afetou-me no âmago ou salvou minha alma. Dialogo com algumas noções como: fulgor legente, nos embalos da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol. Reverbero também os mistérios da letra, pois até hoje não sei ao certo os caminhos que ela [a letra] percorre(u) em mim para mudar minha vida. Tudo nessa carta é experimento de um corpo-fulgor performático com a letra, sobre a letra, pela letra, para a letra.

Biographie de l'auteur

Luciano Santos Xavier, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Mestrando em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), graduado em Letras, Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Integrante do Grupo de Pesquisa Linguagem, Estudos Culturais e Formação do Leitor (LEFOR). Artista popular, poeta, ator, escritor e arte-educador. Integrante do grupo de teatro Artefato e de contação de histórias Cirandeiros do Sertão. Possui experiência acadêmica na área de Letras, desenvolvendo pesquisas em Literaturas e Culturas Orais e Populares, Poéticas da Oralidade, Estudos Culturais e Identitários, Arte-Educação, Diálogos Artísticos na Docência, Ensino de Literatura, Leitura e Formação Leitora.

Références

BARTHES, Roland. Roland Barhes por Roland Barthes. São Paulo: Cultrix, 1975.

BARTHES, Roland. O espírito da letra. In: BARTHES, Roland. O óbvio e o obtuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

BRANCO, Lúcia Castello. Por mor às letras. Revista Aletria. v. 18, 2008, p. 139-142.

DELEUZE, Gilles. Crítica e Clínica. Trad. Peter Pál Pelbar. São Paulo: Ed. 34, 2011.

LLANSOL, Maria Gabriela. Para que o romance não morra. In: LLANSOL, Maria Gabriela. Lisboaleipzig 1: O encontro inesperado do diverso. Lisboa: Edições Rolim, 1994.

LLANSOL, Maria Gabriela. Ardente Texto Joshua. Lisboa: Relógio D´água, 1998.

LLANSOL, Maria Gabriela. Carta ao Legente. Belo Horizonte: Edições 2 Luas, 1998.

LLANSOL, Maria Gabriela. Inquérito às quatro confidências. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

LLANSOL, Maria Gabriela. Um Falcão no Punho: Diário I. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

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Publiée

2022-12-16

Numéro

Rubrique

Ensaios Literários