Contatos astrológicos de terceiro grau

Abstract

Uma descarga de fluxo narrativo típica de uma madrugada de domingo, tão autobiográfico como todos os sentimentos que repercutiam a mente até aquele dia e outros que viriam a frente. É sobre um relacionamento que foi reduzido à licença poética de um encontro de rua, com um leve comprimento de toque entre as pedestres – o que não impede de ele ter sido profundo e significativo. Uma viagem em reflexões sobre os efeitos de se envolver romanticamente com alguém de formas tão inexplicavelmente intensas que se acaba recorrendo a características astrológicas das envolvidas para descrever. Essas reflexões são feitas através de memórias; às vezes de forma avulsa, às vezes em forma de retrospectiva, lembrando-se momentos de maneira específica e sendo contabilizadas dentro do recorte cronológico de um minuto. A narrativa reflete quase que um fluxo de consciência entre memórias, sentimentos e sensações, desaguando em desabafo e que, no final das contas, nem mesmo a autora consegue dizer em que gênero esse texto se enquadra: “eu escrevo coisas, mas não sei que coisas escrevo”. Esse texto é sobre uma honestidade emocional tão crua que parece que não vai a lugar nenhum – é a autora paralisada pela própria intensidade.