Persistências no necrotempo pandêmico: Favelas, marronagem e o dia seguinte

Autores

  • Fátima Lima

Palavras-chave:

Covid-19, bionecropolítica, favelas, marronagem

Resumo

O artigo intenciona discutir as persistências em condição de favela, onde a exposição às vulnerabilidades intensificou-se em tempos pandêmicos. Enquanto persistências designam-se discursos e práticas presentes em contextos atravessados por eixos de opressão como raça, classe, gênero, sexualidade, geração e, principalmente, origem e território interseccionalizados e atravessados por uma bio-necropolítica. Toma-se como espaço analítico o boletim “De olho no Corona”, desenvolvido pela Redes da Maré. A memória assume, nessa perspectiva, um lugar central, no qual passado-presente-futuro se encruzilham, conjurando as formas de poder coloniais. A noção de necrotopo como trabalhada por Borba, Fabrício e Lima [2022] aparece como central na medida em que, ao suspender o tempo linear, torna possível não apenas ver a continuidade da violência racial, mas as lutas viscerais presentes nesses territórios.

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Publicado

2023-04-18