A reescrita da história em ‘O alegre canto da perdiz’ e ‘Becos da memória’

Autores

  • Pauline Champagnat Universidade de Rennes 2 (França)

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2018.v10n19a20761

Palavras-chave:

reescrita, história, Becos da memória, mitos de origem, O Alegre Canto da Perdiz.

Resumo

Este artigo pretende investigar possíveis reescritas da história oficial a partir do ponto de vista dos afro-brasileiros em Becos da Memória (2017), de Conceição Evaristo e dos moçambicanos em O Alegre Canto da Perdiz (2008), de Paulina Chiziane. Até então, a história tinha sido contada a partir do ponto de vista hegemônico das elites das sociedades brasileiras e moçambicanas. Pretendemos fazer uma ligação entre a reescrita da história e o resgate de imagens míticas pré-coloniais moçambicanas em O Alegre Canto da Perdiz.  Numa perspectiva de análise comparada, desenvolveremos o nosso raciocínio a partir de dois eixos temáticos: a representação da escola em Becos da memória e o retorno às memórias subterrâneas míticas em O Alegre Canto da Perdiz. Para sustentar nosso raciocínio, nos apoiaremos nas teorias de Hall (2007; 2013), Mucchieli (1986), Derive (2005), Pollak (1993) e Eliade (1963). A análise nos permitirá chegar à conclusão de que o significado de reescritas da história vai muito além da aplicação da lei impondo o ensino da história da África, e terá consequências em todos os segmentos das sociedades brasileiras e moçambicanas.

Biografia do Autor

Pauline Champagnat, Universidade de Rennes 2 (França)

Doutoranda em Literatura (português) na Universidade de Rennes 2 (ERIMIT), sob a orientação de Rita-Olivieri Godet (IUF-ERIMIT-Rennes 2) e Pires Laranjeira (FLUC). Professora adjunta no departamento de português da Universidade de Rennes 2.

Referências

CHIZIANE, Paulina. O Alegre Canto da Perdiz. Porto: Caminho, 2008.

DERIVE. Jean. L’Afrique: mythes et littératures. D. Chauvin; A. Siganos; P. Walter. Questions de mythocritique, Imago, pp.11-20, 2005.

ELIADE, Mircea. Aspects du mythe. Folio, 1988.

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HALL, Stuart. Identités et Cultures. Paris, Editions Amsterdam, 2007.

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POLLAK, Michael. Une identité blessée. Paris : Editions Métailié, 1993.

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Publicado

2018-12-26