Literatura-mundo: modos de olhar, modos de saber

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2023.v15n28a57448

Palavras-chave:

literatura-mundo, Virgílio de Lemos, cânone, decolonialismo, epistemologia

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo aprofundar o debate sobre questões epistemológicas centrais em torno da categoria literatura-mundo, em especial: o que é, para que serve e como se aplica. Metodologicamente, valemo-nos da poética de Virgílio de Lemos e das reflexões já iniciadas por Inocência Mata e outras autoras sobre o conceito. A literatura-mundo trata-se de um modo de circulação e leitura descentrada de textos, incorporando-se a cada sistema todos os textos que circulam fora do seu sistema de origem, quebrando com as amarras do dualismo nacional/estrangeiro, universal (cânone)/marginal. Serve, portanto, ao progresso dos estudos literários enquanto categoria analítica crítica, questionando relações hegemônicas e pós-coloniais no campo da cultura e, notadamente, da literatura. Por fim, o pluralismo epistemológico é apontado como norte, ao que Mata aposta na imputação de tradições literárias pensadas como improváveis como ponto de partida da análise.

Biografia do Autor

Rafael Sarto Muller, PUC Minas

Doutorando em Letras-Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas.

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Publicado

2023-10-20