Eu, mulher: a visão de Paulina Chiziane de um mundo para mulheres
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2020.v12n22a39823Keywords:
Paulina Chiziane, literatura moçambicana, autoria feminina, poder da escrita, empoderamento femininoAbstract
O presente artigo analisa a conferência de Paulina Chiziane Eu, Mulher… Por uma Nova Visão do Mundo escrita em 1992 e publicada em 1994 pela UNESCO em antecipação da Conferência Internacional sobre a Mulher, Paz e Desenvolvimento (Pequim, 1995). Primariamente, evidenciaremos o posicionamento de Paulina Chiziane em relação à situação das mulheres moçambicanas e à maneira em que elas são consideradas pela sociedade. Esta panorâmica mistura-se com a visão específica que a autora tem da escrita por um lado como arma e instrumento conceitual de luta para o desenvolvimento de uma sociedade “filo-feminina”, e pelo outro como presença fundamental e insubstituível na vida da mesma autora. Acabaremos tratando da maneira como Chiziane operacionaliza a escrita pela reformulação em chave filo-feminina de algumas mitologias banta nas obras Niketche (2002) e O Alegre Canto da Perdiz (2008).References
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