A língua é o auxílio no que sonhas: uma reflexão sobre as tonalidades poiético-identitárias de Virgílio de Lemos
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2023.v15n28a58803Palabras clave:
Virgílio de Lemos, “A Língua é o exílio do que sonhas”, identidades, lugar, diáspora.Resumen
A trajetória de alguns poetas e escritores que, geralmente forçados por conjunturas político-opressivas, deixaram seus locais de origem, marca também algumas de suas obras literárias. Esse é o caso do poeta e jornalista moçambicano, radicado na França, Virgílio de Lemos. Mais que francesa, sua identidade biográfica e literária é múltipla, diaspórica, “errante”, para utilizar um termo usado pelo também moçambicano Mia Couto, quando trata de seu conterrâneo. A poética de Virgílio assume tonalidades criativas (portanto “poiéticas”), centradas em uma intimista base filosófica, que remonta ao Caeiro pessoano, e se abre em um mosaico de timbres inusitados, com certos “toques” que remontam a João Cabral de Melo Neto. Em interpretações sucintas da obra “A Língua é o Exílio do que sonhas”, este artigo apontará para a diversidade harmônica que as identidades biográficas e poéticas de Virgílio de Lemos navegaram, seguindo uma certa bússola timbrada por Camões e sob uma forte utilização metafórica do corpo feminino como estratégia de refletir e criar sua poética. Partindo de uma rápida reflexão que aproxima as discussões sobre as identidades na contemporaneidade mantidas por autores como Zigmunt Bauman, Stuart Hall, Benedict Anderson e a problemática do lugar estudada pelo geógrafo sino-americano Yi-fu-Tuan, o artigo intenta iluminar, para novos leitores, as trilhas poéticas de um autor que fez de suas viagens (da diáspora), em vários sentidos, uma carta de navegação poético-existencial.
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