Da vergonha à revolução: violência e resistência em Niketche
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2021.v13nEsp.a51063Abstrakt
Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane, é uma das mais emblemáticas obras das literaturas africanas de língua portuguesa. Este artigo pretende dar conta da representação de manifestações dessa violência de género no livro, que são: a imposição social da maternidade; a interiorização da rivalidade feminina; a culpabilização da mulher pela sua condição e a perpetuação do sentimento de vergonha. Depois, aborda-se como as personagens construídas por Chiziane são mulheres com atitudes feministas que trilham um caminho de desconstrução da vergonha e construção da resistência e da revolução. É utilizada a metodologia da literatura comparada, com técnicas como o close reading, colocando Niketche em diálogo com outras obras, nomeadamente Para educar crianças feministas: um manifesto e Sejamos todos feministas, de Chimamanda Adichie. Utilizam-se ferramentas da teoria pós-colonial e feminista para, assim, analisar Niketche e, simultaneamente, apresentar o caminho das personagens rumo à emancipação.
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