PARE DE ROÇAR! AUMENTO DA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES COM MUDANÇAS DE MANEJO DE UM GRAMADO URBANO

Efeitos de Manejo em Gramados Urbanos

Authors

Abstract

Gramados manejados intensivamente são comuns no paisagismo urbano, mas requerem manutenção considerável e normalmente abrigam baixa diversidade de plantas. Propostas alternativas de manejo nos gramados são gradativamente mais incentivadas, mas para introduzi-las é necessário compreender o seu potencial de diversidade vegetal. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da interrupção das roçadas na comunidade vegetal, em termos de estrutura, composição e diversidade em uma área usada para fins experimentais, anteriormente considerada como gramado no Jardim Botânico de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi realizado um levantamento quantitativo da vegetação em três tipos de manejo na área do experimento, desenvolvidos a partir do término das roçadas: gramado roçado frequentemente; área de gramado, sem manejo há dois anos (campo sem corte); e área de gramado, sem manejo há dois anos, com forte presença da espécie invasora Urochloa decumbens (campo invadido sem corte). A amostragem foi conduzida com a alocação de 24 parcelas de 1m². Utilizamos as análises Adonis2 e Pairwise Adoni2 para verificar diferenças significativas entre as classes de manejo e realizamos a relação das classes com as variáveis estruturais e a composição florística através de análise de redundância (RDA). As classes de manejo foram distintas entre si em termos de estrutura e diversidade de espécies, sendo o campo sem corte o que apresentou maior riqueza de espécies e formas de vida. Espécies anuais, rosetadas e exóticas revelam a ruderalização da área de estudo. A interrupção das roçadas pode representar um aumento na diversidade de espécies campestres, mesmo considerando a presença de espécies exóticas invasoras. Entender os efeitos de corte através de roçadas em áreas de gramado é essencial para conservação da diversidade vegetal em espaços urbanos e para valorização do potencial paisagístico nativo.

 

STOP MOWING! INCREASE IN SPECIES DIVERSITY WITH CHANGES IN THE MANAGEMENT OF AN URBAN LAWN

Intensively managed lawns designed for recreational use are common in urban landscapes but require considerable maintenance and usually harbor low plant diversity. Alternative management proposals for lawns are increasingly encouraged, but to introduce them, it is necessary to understand their potential for plant diversity. The objective of this study was to evaluate the effects of interrupting mowing on the plant community, in terms of structure, composition, and diversity in an area for experimental purposes previously considered as lawn in the Botanical Garden of Porto Alegre, state of Rio Grande do Sul, Brazil. A quantitative survey of the vegetation was carried out in three types of management in the experimental area, developed after the end of the mowings:  frequently mowed grassland; grassland unmanaged for two years (unmowed grassland); and grassland unmanaged for two years with a strong presence of the invasive species Urochloa decumbens (unmowed invaded grassland). Sampling was conducted with the allocation of 24 plots 1m². We used the Adonis2 and Pairwise Adoni2 analyzes to verify significant differences between the management classes and we related the classes to the structural variables and the floristic composition through redundancy analysis (RDA). The management classes were distinct from each other in terms of structure, composition and species diversity, with the unmowed grassland presenting the higher richness of species and life forms. Annual, rosette and exotic species reveal the ruderalization of the study area. The interruption of mowing could offer high potential for a more diverse grassland species community, even considering the presence of invasive alien species. Understanding the effects of cutting management through mowing in lawn areas is essential for conserving plant diversity in urban spaces and for valuing native landscape potential.

Author Biographies

Juliana van den Mosselaar Nunnenkamp, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

Filipe Ferreira da Silveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

Gerhard Ernst Overbeck, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

Published

2024-09-26

Issue

Section

Articles