PARE DE ROÇAR! AUMENTO DA BIODIVERSIDADE COM MUDANÇAS DE MANEJO DE GRAMADOS URBANOS: ESTUDO DE CASO (PORTO ALEGRE, RS, BRASIL)

Efeitos de Manejo em Gramados Urbanos

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Resumo

Espaços verdes urbanos desempenham importantes funções ecológicas. Gramados manejados intensivamente são comuns no paisagismo urbano, mas requerem manutenção considerável e normalmente abrigam baixa biodiversidade de plantas. Propostas alternativas de manejo nos gramados são cada vez mais incentivadas, mas para introduzi-las é necessário compreender o potencial de biodiversidade vegetal dessas propostas. Foram avaliados os efeitos da interrupção das roçadas na comunidade vegetal, em termos de estrutura, composição e diversidade em um experimento instalado numa área até então tratado como gramado no Jardim Botânico de Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brasil). Foram analisados três tipos de comunidade: gramado roçado frequentemente; área anteriormente gramado, sem manejo há dois anos (campo sem corte); e área anteriormente gramado, sem manejo há dois anos, com forte presença da espécie invasora Urochloa decumbens (campo invadido sem corte). A amostragem foi conduzida durante os meses de outubro e dezembro de 2022 com a alocação de 24 parcelas de 1m². Foi verificado a relação dos agrupamentos com variáveis estruturais e com as formas de vida da vegetação por meio de duas análises de redundância (RDA). Foram registradas 70 espécies, sendo o campo sem corte o grupo com a maior riqueza de espécies e o grupo de campo invadido sem corte com a menor riqueza de espécies. Os grupos foram distintos entre si em termos de estrutura, composição da comunidade vegetal e diversidade de espécies. A altura da vegetação foi a principal direcionadora de mudanças na composição de espécies entre os agrupamentos. Demonstramos o grande potencial que a mudança do manejo pode representar para a biodiversidade urbana, mesmo considerando os riscos da presença de espécies exóticas invasoras. Entender os efeitos do manejo de corte através de roçadas em áreas de gramado é essencial para conservação da biodiversidade vegetal em espaços urbanos e para valorização do potencial paisagístico nativo.

Biografia do Autor

Juliana van den Mosselaar Nunnenkamp, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

Filipe Ferreira da Silveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

Gerhard Ernst Overbeck, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre

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Publicado

2024-09-26

Edição

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Artigos