INVASIVE MARMOSETS AND CONSERVATION OF THE BIODIVERSITY IN THE BRAZILIAN ATLANTIC FOREST

Invasive marmosets in the Brazilian Atlantic Forest

Abstract

Callithrix jacchus and Callithrix penicillata are invasive species in the Atlantic Forest areas of southern and southeastern Brazil, where they were probably introduced through illegal wildlife trafficking and indiscriminate release, and have managed to expand their geographical distribution in a context of habitat loss in the original regions (northeastern and central Brazil, respectively). In the city of Rio de Janeiro, biological invasions shaped the urban forests that grew on the ruins of the sugar cane and coffee plantations that dominated the landscape during the colonial period. The biological invasions unfold, in this case, in goods and human and non-human lives that have formed and reforested the modern metropolis throughout its history. In this context, the aim of this study is to discuss the ecological risks and social dynamics involved in the introduction of marmosets into the Atlantic Forest, pointing out the challenges of managing and conserving biodiversity in anthropized landscapes. In discussing the case of the marmosets, we have inserted broader debates on biological invasions, forest regeneration and socio-environmental conservation, highlighting the need for policies that integrate the ecological and social dimensions of the problem presented. Further studies into the ecology of forests in urban areas could provide new insights into the role of invasive species in anthropized ecosystems.

SAGUIS INVASORES E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA MATA ATLÂNTICA BRASILEIRA:
Callithrix jacchus e Callithrix penicillata são espécies invasoras em áreas de Mata Atlântica do sul e sudeste do Brasil, onde foram introduzidas provavelmente por meio do tráfico ilegal de animais silvestres e da soltura indiscriminada, e conseguiram expandir sua distribuição geográfica em um contexto de perda de habitat nas regiões originais (nordeste e centro do Brasil, respetivamente). Na cidade do Rio de Janeiro, as invasões biológicas deram forma às florestas urbanas que cresceram sobre as ruínas das plantações
de cana-de-açúcar e café, que dominaram a paisagem durante o período colonial. As invasões biológicas desdobram-se, neste caso, em mercadorias e vidas humanas e não-humanas que formaram e reflorestaram a metrópole moderna ao longo da sua história. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é discutir, a partir de uma revisão da literatura especializada, os riscos ecológicos e as dinâmicas sociais envolvidas na introdução dos saguis na Mata Atlântica, apontando desafios da gestão e conservação da biodiversidade em paisagens
antropizadas. Ao discutirmos o caso dos saguis inserimos debates mais amplos sobre invasões biológicas, regeneração florestal e conservação socioambiental, destacando a necessidade de políticas que integrem as dimensões ecológicas e sociais da problemática apresentada. Estudos mais aprofundados sobre a ecologia de florestas em áreas urbanas podem fornecer novos insights sobre o papel das espécies invasoras em ecossistemas antropizados.