Primeira avaliação do status de conservação dos mamíferos do estado da Bahia, Brasil

Autores

  • Camila Righetto Cassano Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Juliana Monteiro de Almeida-Rocha UESC
  • Martín Roberto Alvarez UESC
  • Christine Steiner São Bernardo UESB
  • Gledson Vigiano Bianconi IFPR
  • Sofia Campiolo UESC
  • Claudia Bueno de Campos Instituto para Conservação dos Carnívoros Neotropicais
  • Daniel Danilewicz UESC
  • Fábio de Carvalho Falcão
  • Felipe Vélez García UESC
  • Gastón Andrés Fernandez Giné UESC
  • Carlos Eduardo Guidorizzi ICMBio
  • Leandro Jerusalinsky ICMBio
  • Yvonnick Le Pendu UESC
  • Milton Cesar Calzavara Marcondes IBJ
  • Vanessa Lazaro Melo IPÊ
  • Fabiana Rocha Mendes Instituto Neotropical: Pesquisa e Conservação
  • Michel Miretzki
  • Leonardo Gomes Neves Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia
  • Leonardo C. Oliveira
  • Alex Ramos Pereira Bioconsultoria Ambiental
  • Kena Ferrari Moreira da Silva UESC
  • Maria do Socorro Reis Instituto Mamíferos Aquáticos
  • Kristel Myriam De Vleeschouwer Royal Zoological Society of Antwerp
  • Emerson Monteiro Vieira UNB
  • Gil Evaristo Iack Ximenes UESB

DOI:

https://doi.org/10.4257/oeco.2017.2102.06

Palavras-chave:

Conservação de biodiversidade, espécies ameaçadas, Mammalia

Resumo

Listas de espécies ameaçadas identificam taxa com real ou potencial risco de extinção em uma escala regional e global, embasando a tomada de decisões e a formulação de políticas públicas em conservação. Em 2013, a Bahia iniciou a elaboração da primeira lista estadual de espécies ameaçadas de extinção, cujos resultados ainda não foram oficialmente publicados. Este artigo descreve o processo de avaliação de mamíferos ameaçados de extinção na Bahia e os principais resultados. A construção da lista ocorreu em três fases: (1) fase preparatória, (2) oficina de avaliação e (3) oficina de validação, e contou com a participação de 31 pesquisadores com experiência nas diferentes ordens de mamíferos. Uma espécie foi considerada regionalmente extinta, 41 foram incluídas em categorias de ameaça ('Criticamente em Perigo', 'Em Perigo' ou 'Vulnerável') e outras quatro foram consideradas 'Quase Ameaçadas'. Além disso, 51 espécies foram classificadas como Dados Insuficientes. Perda e fragmentação de hábitat, caça e atropelamento foram listadas como as principais ameaças para os mamíferos da Bahia. Trinta e três das 45 espécies ameaçadas ou 'Quase Ameaçadas' tiveram registros em 21 Unidades de Conservação (UC) de proteção integral, localizadas inteira ou parcialmente na Bahia, e 32 dessas 45 espécies são cobertas por Planos de Ação Nacional (PAN). A lista de mamíferos ameaçados de extinção na Bahia inclui percentual elevado de carnívoros, mamíferos aquáticos, primatas e ungulados, seguindo o padrão observado em outras avaliações. O alto número de espécies consideradas como 'Dados Insuficientes' e a concentração de esforços de pesquisa em regiões restritas do estado são alarmantes e sugerem ausência de planejamento e baixa aplicação de recursos para descrever a biodiversidade, resultando em um conhecimento limitado sobre as populações de mamíferos e suas distribuições geográficas. A Bahia ocupa uma posição de destaque para a conservação de alguns táxons cuja distribuição é total ou majoritariamente incluída no estado. Os biomas Caatinga, Cerrado e Marinho carecem de UC de proteção integral para representar sua mastofauna característica. A publicação da lista de mamíferos ameaçados de extinção, investimentos para a criação e proteção efetiva de UC existentes e outras ações previstas em PAN são instrumentos complementares que devem ser fomentados por instituições governamentais e não-governamentais no intuito de proteger a rica diversidade de mamíferos da Bahia.

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Publicado

2017-08-10