AQUARISMO “JUMBO”: REPRESENTA UM POTENCIAL PARA INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES NO BRASIL?

Autores

  • João Daniel Ferraz Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina
  • Armando César Rodrigues Casimiro Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina
  • Alan Deivid Pereira Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina
  • Diego Azevedo Zoccal Garcia Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Universidade Estadual de Londrina
  • Lucas Ribeiro Jarduli Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Universidade Estadual de Londrina Faculdades Integradas de Ourinhos, São Paulo
  • André Lincoln Barroso Magalhães Universidade Federal de São João Del Rei, Programa de Pós-Graduação em Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável, Ouro Branco, Minas Gerais.
  • Mário Luís Órsi Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Departamento de Biologia Animal e Vegetal - Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.4257/oeco.2019.2303.11

Palavras-chave:

biological invasion, big-sized fish, fishkeeping dumping, propagule pressure, social network.

Resumo

RESUMO: O aquarismo é um hobby difundido mundialmente, com registros desde as civilizações antigas. No Brasil, a prática tem aumentado seu prestígio e representatividade. Dentre as modalidades do aquarismo de água doce, o “jumbo” tem se tornado popular, e sua prática tem gerado ampla divulgação via Internet. A modalidade se caracteriza pela escolha de espécies de peixes de médio a grande porte com comportamento agressivo e predatório, o que representa ameaça aos ambientes naturais principalmente como consequência do descarte inadequado das espécies. O objetivo do presente estudo foi investigar, com base no conteúdo disponível na Internet, se houve aumento da divulgação da modalidade ao longo dos anos, quais regiões do país mais disseminam a mesma e quais os gêneros mais presentes nesta modalidade. Vídeos da plataforma online Youtube® foram acessados e quantificados quanto ao ano de postagem, Estado brasileiro de origem, gêneros de peixes presentes e a abundância destes nos aquários. Como resultado, observou-se aumento significativo da quantidade de vídeos disponíveis no intervalo de 2007 a 2017. Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais foram os Estados com maior número de vídeos postados. O apaiari Astronotus, o tucunaré Cichla e o híbrido peixe papagaio (Vieja melanurus x Amphilophus citrinellus) foram os gêneros mais abundantes. A maioria dos vídeos presentes nesta plataforma estimula a prática desta modalidade por outras pessoas. Assim, devido à falta de informação a respeito do risco que essas espécies representam aos ambientes naturais, recomendamos maior atenção à prática do aquarismo jumbo no Brasil. Comunicação adequada entre pesquisadores, lojas do ramo e agências fiscalizadoras é necessária e urgente, visando à conscientização dos aquaristas quanto aos problemas relacionados à soltura inadequada de peixes na natureza e a invasão biológica, tendo como objetivo promover um hobby mais saudável.

 

DO TANKBUSTERS (LARGE-BODIED SIZE FISHKEEPING) REPRESENT A SPECIES INTRODUCTION POTENTIAL IN BRAZIL? Fishkeeping is a worldwide hobby, practiced from time immemorial in all ancient civilizations. In Brazil, the hobby has reached maturity and commercial levels. Tankbusters fishkeeping is one of the freshwater modality hobbies with great popularity, especially broadcasted by the internet. The modality is characterized by choosing medium to large size fish species, featuring an aggressive or predatory behavior, which represents a threat to natural environments, especially because of inadequate aquarium dumping. Based on internet information, current study investigates whether there was increase in the dissemination of the modality along the years, which the regions of the country are most widespread, and which genera are most used in this modality. Videos of Youtube® online platform were accessed and quantified with regard to year of postage, Brazilian state, fish genera and its abundance in the aquarium. There has been a significant increase in the number of available videos between 2007 to 2017, with the states of Rio de Janeiro, São Paulo and Minas Gerais featuring the greatest representation rates, according to the posted videos. The apaiari Astronotus, tucunaré Cichla and the hybrid parrot fish (Vieja melanurus x Amphilophus citrinellus) were the most abundant genera. Most of the videos present in this platform encourage the practice of this modality to other people. Thus, due to the lack of information regarding to the risk that these species represent to natural environments, we recommend greater attention to the tankbuster practice in Brazil. Appropriate communication among researchers, aquarium stores and agencies is necessary and urgent, aiming to raise hobbyists’ awareness of problems related to inadequate release of fish in the wild and biological invasion, promoting a healthier hobby.

Biografia do Autor

João Daniel Ferraz, Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina

Área de estudo em ecologia de peixes, vinculado ao Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas, aluno do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina.

Armando César Rodrigues Casimiro, Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina

Área de estudo em ecologia de peixes, vinculado ao Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas, aluno de Doutorado do Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina.

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Publicado

2019-09-06