ESTRUTURA DA MACROFAUNA BENTÔNICA NO SUPRA, MESO E INFRALITORAL DE UMA PRAIA ARENOSA DO SUL DO BRASIL
Palavras-chave:
macrofauna, morfodinâmica praial, praias arenosas.Resumo
A estrutura da macro fauna de uma praia do Estado do Paraná foi estudada de fevereiro/92 a março/93. As estações foram distribuídas ao longo de uma transversal desde a parte superior subaérea até uma profundidade de 3 m, na parte subaquosa. Em cada estação, foi obtida uma amostra de sedimento e três amostras biológicas com um cilindro metálico de 25 em de diâmetro e uma profundidade de penetração de 20 em. Em cada coleta foram feitas observações de ondas, obtido um perfil topográfico, e registrada a profundidade do lençol freático, assim como a temperatura e salinidade da água na arrebentação. Para uma caracterização morfodinâmica foram computados o parâmetro adimensional de Dean ( ?) e o parâmetro escalar da arrebentação ( ?). A praia apresentou estados morfodinâmicos intermediários em alguns meses da primavera e verão, sendo dissipativa nos restantes meses. A zona de arrebentação apresentou sempre uma alta dissipação. A abundância da macrofauna mostrou uma clara variação sazonal, com os maiores valores no inverno para o supra e mesolitoral, e na primavera para o infralitoral. A riqueza de espécies mostrou grandes variações apenas nas estações do infralitoral. A zonação, obtida a partir de técnicas de classificação, ajustou-se parcialmente ao esquema de Salvat, tendo as zonas de saturação e arrebentação uma alta similaridade. Os resultados obtidos sugerem que a zonação em praias arenosas está mais relacionada à estabilidade do sedimento do que aos níveis da maré. A grande variação na composição específica da zona de arrebentação estaria relacionada a sua alta variabilidade ambiental.