ADAPTAÇÕES DE ESPÉCIES ARBÓREAS TROPICAIS AO ALAGAMENTO: MODIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS E ANATÔMICAS

Resumo

Muitas das comunidades inundáveis estão nas regiões tropicais e são ricas em espécies arbóreas. Pouco se sabe sobre os mecanismos de tolerância ao alagamento que estas espécies desenvolveram. Entre­tanto, os estudos têm mostrado que tanto adaptações metabólicas como morfológicas e anatômicas são importantes para possibilitar a sobrevivência dessas plantas em condições hipóxicas. Dentre as modifica­ções morfológicas e anatômicas provocadas pelo alagamento, destacam-se a hipertrofia de lenticelas, a formação de aerênquirnas, a hipertrofia de caules e o enraizamento adventício. A principal função destas modificações parece estar relacionada a uma maior oxigenação das raízes submersas, permitindo a manu­tenção de uma produção energética satisfatória. O etileno, que tem seus níveis aumentados nas plantas por causa do alagamento, parece ser o principal hormônio envolvido com o aparecimento destas modificações morfológicas. Apenas no caso da origem e desenvolvimento das raízes adventícias é que tem sido sugerido um sinergismo entre etileno e auxinas. Em decorrência da complexidade de respostas que as espécies arbóreas tropicais apresentam quando inundadas, surge a necessidade de ampliarmos os estudos para melhor enten­dermos estas questões.