ESTUDO COMPARATIVO DA DISPERSÃO, GERMINAÇÃO E ESTABELECIMENTO DE PLANTAS LENHOSAS SUJEITAS A DIFERENTES REGIMES DE INUNDAÇÃO EM ALGUMAS FLORESTAS INUNDÁVEIS E VEGETAÇÕES ESTUARINAS BRASILEIRAS

Autores

  • Fábio Rubio Scarano Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

plant ecophysiology, habitat differences, seed dispersal, germination, seedling establishment

Resumo

Embora intrinsicamente tolerante à falta de oxigênio decorrente da inundação, uma dada espé­cie vegetal pode sofrer reveses durante os processos de dispersão, germinação e estabelecimento, e/ou ser mais sensível à inundação enquanto semente e/ou plântula, impedindo sua fixação em áreas inundáveis. Aspectos ecológicos e ecofisiológicos de modo reprodutivo, dispersão e germinação de sementes e estabe­lecimento de plântulas foram comparados para espécies lenhosas brasileiras sujeitas a distintos regimes de inundação (fluvial sazonal na Amazônia, de maré em estuários e freática permanente em pântanos fluminenses). As diferenças encontradas pareceram constituir respostas às diferenças em sazonal idade e previsibilidade entre os habitats. Propagação vegetativa destacou-se nos pântanos onde inundação não é sazonal e o ambiente é de baixa previsibilidade. O sucesso da propagação por sementes nos habitats com freqüência foi associado à dispersão aquática eficiente de frutos e/ou sementes, à combinação de dormência pré- e pós-dispersão e a plântulas criptocotiledonares. Dispersão em duas fases foi comum e vantajosa. Na fase aquática, encontrou-se frutos e sementes flutuantes assim como aqueles que afundam. Flutuação se associou com heterogeneidade na duração da dormência de sementes de uma mesma coorte e afundamento com dormência prolongada. Plântulas criptocotiledonares de crescimento rápido predominaram, porém fanerocotiledonares de crescimento lento também ocorrem.

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Publicado

2010-02-10