O CONCEITO DE CONTINUIDADE DE RIOS É VÁLIDO PARA RIOS DE MATA ATLÂNTICA NO SUDESTE DO BRASIL?

Autores

  • D.F. BAPTISTA Universidade
  • D.F. BUSS Universidade
  • L.F.M. DORVILLÉ Universidade
  • J.L. NESSIMIAN Universidade

Palavras-chave:

Conceito de Continuidade de Rios, insetos aquáticos, grupamentos de alimentação funcional, ecossistemas de rios tropicais, Brasil.

Resumo

A maioria dos modelos atuais que explica o funcionamento de ecossistemas fluviais se baseou em dados obtidos em rios temperados e subtropicais, especialmente do Hemisfério Norte. A adequação desses modelos às condições encontradas nos trópicos requer, portanto, a avaliação de suas predições. No entanto, a organização estrutural e funcional das comunidades de macroinvertebrados aquáticos é pouco conhecida no Brasil. Deste modo, foi realizado um estudo em dois rios de Mata Atlântica, na bacia do Rio Macaé, no Estado do Rio de Janeiro. O trabalho foi realizado ao longo do gradiente longitudinal abrangendo trechos de rios de 1ª ordem (1.100 m) à 6ª ordem (20 m). Os insetos aquáticos amostrados foram separados em Unidades Taxonômicas Operacionais (UTOs) e classifica­dos de acordo com o grupamento de alimentação funcional, seguindo observações diretas e dados da literatura. Os resultados são comparados e discutidos a partir das hipóteses baseadas no Conceito de Continuidade de Rios (CCR) proposto por VANNOTE et al. em 1980, cujas previsões foram parci­almente corroboradas. Deste modo, a maior diversidade foi observada em trechos onde ocorre a transição de uma zona predominantemente heterotrófica para uma área autotrófica (4' ordem). Foi também verificado que há uma tendência de aumento da matéria orgânica particulada fina e diminui­ção da matéria orgânica mais grossa ao longo do gradiente longitudinal. A variação do percentual da biomassa das categorias de alimentação funcional mostrou uma tendência semelhante às modifica­ções previstas pelo CCR de acordo com o aumento do tamanho do rio.

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Publicado

2010-02-03