DINÂMICA DE NITRIFICAÇÃO EM UMA LAGOA MARGINAL DE INUNDAÇÃO TROPICAL DE UM RIO
Palavras-chave:
nitrificação, dinâmica do nitrogênio, nitrapirina, lagoa marginal.Resumo
Foram estimadas taxas de nitrificação no sedimento e coluna de água de duas estaÂções de coleta da Lagoa do Infernão, para dois períodos hidrológicos distintos (período seco e chuvoso). Este corpo de água corresponde a uma lagoa marginal rasa da planície de inundação do Rio Mogi Guaçu, localizada na Estação Ecológica de Jataí, Estado de São Paulo, Brasil. O métoÂdo utilizado foi a incorporação de 14C-bicarbonato, com e sem nitrapirina (N-Serve). Durante Fevereiro a Abril (período chuvoso) as taxas de nitrificacão variaram entre 0,14 a 4,84 e de 0,02 a 0,68 mgN/m³/h para amostras de sedimento e água, respectivamente. De Julho a Setembro (período seco) estas taxas variaram entre 1,93 a 8,04 e de 0,05 a 1,16 mgN/m3/h para sedimento e amostras de água, respectivamente. Não foram observadas diferenças estatisticamente signifiÂcativas das taxas de nitrificação entre as estações de coletas e entre as profundidades observadas; Entretanto, diferenças significativas foram observadas entre os períodos hidrológicos, indepenÂdente da estação de coleta e profundidade observada. O aporte de nitrogênio inorgânico no períÂodo chuvoso não reverteu em taxas de nitrificaçào significativas, em decorrência de condições ambientais inadequadas (principalmente baixa oxigenação da coluna de água) e da assimilação de nutrientes pelos compartimentos produtores. A maior disponibilidade de N-NH4-, proveniente da mineralização da matéria orgânica, c condição de oxigenação adequada possibilitaram maioÂres taxas de nitrificação no período seco. A grandeza destes valores demonstram que o significaÂdo ecológico da nitrificação na Lagoa do Infernão, é quantitativarnente mínimo, quando compaÂrado com os processos de mineralização e assimilação de N-NH4-, a qual pode ser considerada o caminho preferencial da dinâmica dos compostos nitrogenados no sistema em questão.