A ECOLOGIA MICROBIANA PLANCTÔNICA SOB UMA "NOVA ÓPTICA": SISTEMAS COSTEIROS X OCEÂNICOS NO BRASIL.

Autores

  • D. R. TENENBAUM Universidade do Federal do Rio de Janeiro
  • M. C. VILLAC Universidade
  • E. A.T. GOMES Universidade
  • A. C. CUPELO Universidade
  • V. S. SANTOS Universidade

Palavras-chave:

, ecologia microbiana planctônica, densidade, biomassa, águas costeiras e oceânicas

Resumo

Dados da baia de Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil (PRONEX), e da região oceânica situada na costa central do Brasil (REVIZEE) foram selecionados para uma comparação entre os componentes auto e heterotróficos do picoplâncton (bactéria; 0,2-2,0 um), nanoplâncton (flagelados e diatomácea; 2,0-20 um) e microplâncton (fito e protozooplâncton; >20 um), O objetivo é contri­buir com uma visão preliminar da estrutura microbiana de dois ambientes marinhos distintos e também com recomendações metodológicas necessárias para ajustar técnicas a particularidades dos ambientes em estudo. As variações quantitativas (densidade celular e biomassa em carbono) e qualitativas e componentes auto e heterotróficos evidenciaram um nítido gradiente trófico entre a baía de Guanabara e região mais interna: ponto Ramos; entrada: ponto Urca) e o REVIZEE (7 estações. tia região mais próxima à mais distante da costa). Os sistemas são caracterizados pela menor salinidade e eutrofização da região costeira, em oposição a águas mais salgadas e oligotróficas da região oceânica da Corrente do Brasil. A densidade celular total foi maior no ponto Ramos (1011 cel.L-1) seguido pelo pomo Urca (1010 cel.L-1) c REVIZEE (109 cel.L-1), decrescendo de acordo com a classe de tamanho analisada: picoplâncton, dominado por heterotróficos, contribuíram com mais de 99% enquanto nano e microplâncton foram menos representativos. A biomassa picoplanctônica na baía de Guanabara (102-104 ugC.L-1) foi duas ordens de magnitude superiores à do REVIZEE. O nanoplâncton não apresentou um padrão definido. Os autotróficos dominaram o microfitoplâncton na baia (>80%, sendo em sua maioria diatomáceas e euglenofíceas) e na região oceânica (>60%, dominando os dinoflagelados heterotróficos). A maior similaridade da comunidade microbiana entre o ponto Urca e REVIZEE reforça a hipótese da recuperação da Baia de Guanabara, especial­mente em áreas com circulação induzida pela maré, apesar do seu avançado estado de deteriorização devido ao impacto humano.

Publicado

2009-12-29