O PAPEL DA ONIVORIA NA DINÂMICA DAS CADEIAS ALIMENTARES

Autores

  • José Luiz Attayde Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Michel Iskin Laboratório Nacional de Computação Científica
  • Michel Iskin Laboratório Nacional de Computação Científica
  • Luciana Carneiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Luciana Carneiro Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Onivoria, Forrageamento adaptativo, Estabilidade, Cadeia alimentar.

Resumo

A teoria de cadeias alimentares é uma das teorias mais testadas da ecologia e tem sido aplicada com relativo sucesso na recuperação de lagos eutrofizados em zonas climáticas temperadas. No entanto, sua aplicabilidade para a restauração de lagos tropicais eutrofizados tem sido questionada por apresentar alguns pressupostos que ignoram características comuns e dinamicamente importantes das cadeias alimentares desses ambientes, dentre os quais podemos destacar o elevado grau de onívoria dos peixes tropicais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar teoricamente as conseqüências da predação por predadores onívoros para a dinâmica das populações de autótrofos e herbívoros em uma cadeia alimentar de três níveis tróficos. Um sistema de duas equações diferenciais foi utilizado para descrever a dinâmica das populações de autótrofos e herbívoros ao longo de um gradiente de densidade de predadores e de preferência dos predadores pelos dois itens alimentares. Os resultados da análise gráfica das isoclinas do modelo demonstram que um aumento na densidade de predadores e/ou na preferência dos predadores pelos herbívoros tende a estabilizar a dinâmica das interações entre autótrofos e herbívoros. Por outro lado, algum grau de onívoria parece ser necessário para permitir a persistência de herbívoros quando as densidades dos predadores são elevadas. Esse resultado é consistente com a idéia de que cadeias alimentares com interações onívoras fracas são mais persistentes e, portanto, mais estáveis do que cadeias alimentares sem onívoria. O mecanismo responsável pelo efeito estabilizador da onívoria no nosso modelo é a substituição de presas pelo predador, que modifica a forma da resposta funcional de um tipo II para um tipo III à medida que o grau de onívoria aumenta. Portanto, concluímos que um forrageamento adaptativo do predador onívoro facilita a persistência dos herbívoros ao menos na ausência de uma resposta numérica do predador.

Biografia do Autor

Michel Iskin, Laboratório Nacional de Computação Científica

         

Michel Iskin, Laboratório Nacional de Computação Científica

   

Luciana Carneiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

   

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Publicado

2009-12-20