MATRIZES, REDES E ORDENAÇÕES: A DETECÇÃO DE ESTRUTURA EM COMUNIDADES INTERATIVAS
Palavras-chave:
Aninhamento, Compartimentação, Redes complexas, Matrizes, Estrutura de comunidades.Resumo
Neste artigo apresentamos três abordagens usuais para a detecção de padrões em comunidades de plantas e animais que interagem entre si por meio de processos ecológicos como a polinização, a frugivoria ou a herbivoria. Modelos estruturais simples revelam padrões de interação em gradientes, compartimentados ou aninhados; padrões intermediários entre um gradiente e compartimentos também são possíveis. De forma semelhante, o aninhamento no interior de compartimentos gera ainda um modelo estrutural combinado. Os padrões de interação podem ser visualizados e analisados sob a forma de matrizes, redes bipartidas ou gráficos de ordenação obtidos através de uma Análise de Correspondência. Neste trabalho, propomos que as diferenças entre os padrões de interação observados em comunidades representam resultados de diferentes processos ecológicos e evolutivos que atuam sobre tais comunidades. De maneira geral, a compartimentação deveria refletir o histórico da coevolução e os limites impostos às espécies presentes na comunidade, ao passo que diferenças na abundância e na capacidade de dispersão dessas espécies podem gerar uma estrutura aninhada. Portanto, ao invés de ser testada para um modelo estrutural a priori, a estrutura de comunidades ecológicas deve ser confrontada com uma gama inteira de padrões possíveis. Esperamos que as abordagens para a detecção de estruturas em comunidades interativas aqui apresentadas facilitem a elaboração de hipóteses ecológicas mais abrangentes e melhor formuladas.