GESTÃO FLORESTAL E IMPLICAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL1 (ESTADO DO PARÁ)
Palavras-chave:
Amazônia, Paricá, reflorestamento.Resumo
Na região amazônica grande parte de suas terras, são consideradas de baixa fertilidade e com elevados índices de acidez. As variabilidades geológica, geomorfológica e climatológica da região, aliadas à baixa tecnologia empregada no manejo da terra e ao uso inadequado do fogo, têm sido apontadas como as causas principais dos desmatamentos, principalmente os irregulares, que culminam com modificações ambientais, tais como erosão, poluição hídrica e a perda de nutrientes e da biodiversidade. Isto afeta de forma direta a sociedade, principalmente os pequenos agricultores e ribeirinhos. Na maior parte da Amazônia brasileira, a atuação de governos, produtores e pesquisadores têm procurado novas formas de manejo florestal, principalmente aquelas que reciclem os resíduos florestais, animais ou urbanos e que, ao mesmo tempo em que concorram para aumentar a fertilidade do solo e a sustentabilidade da floresta plantada, contribuindo, assim, para resolver outros problemas ambientais, tais como o reaproveitamento de resíduos industriais e, ou urbanos. Neste sentido, a experiência da Empresa de Laminação Tailâminas Placas, na cidade de Tailândia, Estado do Pará e de Pesquisadores de diversas instituições do estado do Pará tem mostrado que a adição de resíduos de madeira sob o reflorestamento de Paricá e Pupunha concorreu para aumentar a biodisponibilidade de nutrientes ao solo, refletindo na qualidade dos espécimes plantados, em termos de diâmetro e altura das árvores nas áreas onde foram utilizadas como adubo, lâminas de madeira. Essa prática, além de melhorar a qualidade do cultivo,concorre para dar uma utilização limpa aos resíduos provenientes de uma prática industrial altamente poluente, como o beneficiamento da madeira, que tanto causa transtorno à sociedade devido ao alto grau de poluição dos resíduos, quando estocados a céu aberto, provocando, entre outras, doenças respiratórias. A adoção de sistemas de manejo adequados que concorram para a sustentabilidade agrícola e florestal, também auxilia na diminuição das emissões nocivas de gases à atmosfera, além de permitir usufruir dos serviços ambientais associados à presença da vegetação secundária que inclui melhoria no balanço de carbono, transporte de água para a atmosfera e proteção à lixiviação dos nutrientes no solo, pela presença de uma verdadeira rede de segurança representada pelas raízes.
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Publicado
2009-12-18