ALGAS MARINHAS BENTÔNICAS EM RECIFES DE CORAL BRASILEIROS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Palavras-chave:
Algas, recifes de coral, diversidade, ecologia, conservação.Resumo
No Brasil, algas em recifes coralíneos ocorrem do Maranhão ao estado da Bahia e apreÂsentam cerca de 700 taxons, dos quais 78% são encontrados ao longo de formações descontínuas. Táxons de rodofíceas estão entre os mais comuns. Corallinales é o grupo menos conhecido, apesar de desempenhar um papel importante na formação e manutenção dos recifes brasileiros. Nos recifes, a riqueza de espécies é baixa em comparação a outros habitats costeiros. Halimeda spp., Dictyota spp., Dictyopteris spp., Hypnea spp., Gracilaria spp., Gelidium spp. e Sargassum spp. são alguns dos táxons de algas mais conspícuos, enquanto que espécies de Caulerpa, Udotea e faneróganas marinhas ocorrem frequentemente nos fundos de areia não consolidados. Algas bentônicas marinhas são componentes importantes nas comunidades de recifes coralíneos rasos do Atlântico e potencialmente os maiores competidores de corais. Nas últimas duas décadas foram relatÂados numerosos casos de mudanças de fisionomia nos recifes no mundo, passando de recifes dominados por corais para recifes dominados por algas. Estes eventos coincidem com uma preocupação crescente em relação à degradação de recifes, atribuídos principalmente à eutroficação antropogênica e sobre-pesca. No Brasil, o efeito da eutroficação na dinâmica das comunidades recifais começou a ser verificado, porém ainda faltam informações sobre o enriquecimento de nutrientes nas águas dos recifes de corais. A exploração de algas marinhas, principalmente Gracilaria, também começou no Brasil. A proliferação de macroalgas em alguns recifes brasileiros tem sido associada à redução na herbivoria, causada pela sobre-pesca, ou à eutroficação. Levantamentos rápidos da flora recifal são necessários para estabelecer uma base de dados com informações para o monitoramento e reforço da legislação de proteção aos recifes no Brasil.