O TAMANHO DAS MUDAS DE Guazuma ulmifolia LAM. (MALVACEAE) É DECISIVO NA SUA SOBREVIVÊNCIA À INUNDAÇÃO
Tamanho de mudas de G. ulmifolia e a sobrevivência a alagamento
DOI:
https://doi.org/10.4257/oeco.2024.2802.02Palavras-chave:
crescimento, dormência, ecofisiologia, Pantanal, tolerância a alagamentoResumo
Este estudo avaliou o efeito do tamanho das mudas de Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae) na sua sobrevivência ao alagamento e o crescimento das partes aéreas nos indivíduos alagados em comparação aos não alagados. Guazuma ulmifolia é uma espécie arbórea, importante para a fauna polinizadora e dispersora, com ocorrência natural no Pantanal em diferentes posições do gradiente de alagamento, além de ser estratégica para ações de restauração ecológica. Para o estudo foram coletadas sementes na região metropolitana de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, e germinadas para a produção de mudas de duas classes de tamanho: pequenas (P, parte aérea de 1,83 ± 0,79 cm) e grandes (G, parte aérea de 8,40 ± 2,23 cm). As duas classes de tamanho foram direcionadas a três condições experimentais: 30 dias em alagamento, 60 dias em alagamento e controle (substrato úmido, mas não alagado). Foram avaliados a mortalidade, o tempo médio de mortalidade e o crescimento da parte aérea. Não houve mortalidade para as mudas G, independente do período de alagamento, tampouco para as mudas do controle. Já as mudas P alagadas por 30 e 60 dias tiveram, respectivamente, mortalidade de 67% e 100%, com os tempos médios de mortalidade sem diferenças entre os tratamentos (p = 0,30). As mudas G alagadas por 30 dias cresceram 92% mais que o seu controle, enquanto as alagadas por 60 dias cresceram 63% mais que o seu controle. Portanto, o tamanho da muda foi um importante fator de tolerância ao alagamento para G. ulmifolia e reforça que o tamanho do indivíduo jovem deve ser considerado na compreensão da resposta de uma espécie arbórea ao estresse por alagamento.
We investigate the effect of seedling size of Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae) on survival during flooding and the growth of its aerial parts in flooded and non-flooded individuals. For this purpose, we collected seeds in the metropolitan region of Cuiabá, Mato Grosso, Brazil, and germinated them to produce seedlings of two size classes: small [S (named “P” in portuguese), with an average aerial part size of 1.83 ± 0.79 cm] and large [L (named “G” in portuguese) with an average aerial part size of 8.40 ± 2.23 cm]. We subjected these two size classes to three experimental conditions: 30 days of flooding, 60 days of flooding, as well as control group (wet substrate, but not flooded). We evaluated mortality, average time of mortality, and shoot growth. No mortality was observed among the L seedlings, regardless of the flooded period, or among the control seedlings. However, the S seedlings flooded for 30 days exhibited a mortality rate of 67%, while the S seedlings flooded for 60 days showed 100% mortality, with no significant difference in mean mortality time between treatments (p = 0.30). The L seedlings subjected to flooding for 30 days grew 92% more than our respective control group, with a significant difference (p < 0.001), while the L seedlings subjected to flooding for 60 days showed a significant growth (p < 0.05), with a 63% increase compared to control group. Therefore, seedling size proved to be an important factor for flood tolerance in G. ulmifolia, emphasizing the need to consider individual size to understand the response of tree species to flooding stress.